pop rock >> quarta-feira >> 27.07.1994
Marja Mattlar
Pariisi Vuorenkyla
Buda, import. Contraverso

Há nomes que despertam de imediato a curiosidade. Neste caso lá está, na capa, o de Gabriel Yacoub, a prometer mil e uma delícias auditivas. Capa, que, juntamente com a ilustração impressa no próprio compacto, é bastante bonita. Passa-se para a audição e a princípio as coisas até nem correm mal. Marja Mattlar, uma finlandesa de quem nunca ouvíramos falar, tem uma voz espantosa, aquilo a que se costuma chamar um vozeirão, pleno de “nuances” e capaz dos mais altos voos. Mas, e neste “mas” se perde o disco, as canções, todas com letra e música da cantora, inspiradas na tradição finlandesa, são de uma vulgaridade gritante. As primeiras cinco ouvem-se com algum agrado. A partir daí e até ao fim é um aborrecimento, com repetições sistemáticas das mesmas soluções melódicas e o consequente afundamento de uma música que, de início, consegue ser aliciante. É difícil concluir se o mal está nas composições em si ou nos arranjos, excessivamente “new age”, a cargo de Yacoub, que aqui põe a funcionar o seu lado mais meloso, e Patrice Clementin, dos Bag. O ex-Malicorne toca guitarras e outros instrumentos de cordas, enquanto Clementin adocica ainda mais o som com o recurso a teclados plastificados. Para os apreciadores de doces como Enya, Capercaillie, Clannad ou Loreta McKennitt, que queiram alargar a sobremesa ao sabor das natas do Norte, “Pariisi Vuorenkyla” é um álbum a investigar. Mas a voz de Marja merecia bastante mais. (5)





