Arquivo mensal: Junho 2022

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #32 – “O disco mais monótono do ano”

#32 – “O disco mais monótono do ano”

Fernando Magalhães
26.10.2001 160428

“Closer to the Edit” de RICHIE HAWTIN.

É uma colagem/editing de 70 loops (de uma pré-selecção de 300…) extraídos de uma série de gente (incl. Thomas Brinkmann, Carl Craig, Baby Ford e dezenas de outros de que nunca ouvi falar) e trabalhados por RH até chegar a uma “groove” sem interrupções de cerca de uma hora. A batida muda muito pouco limitando-se RH a acrescentar ou a tirar apontamentos electrónicos.
O resultado final, que Hawtin define como um puuzzle, mas soa a um execício de house impiedoso e sem imaginação, começa por ser hipnótico mas cedo se transforma em montonia. É difícil aguentar aquela batida (quaese) constante do princípio ao fim.
Disco feito a pensar nas discotecas?

FM

Billy Joel – “Billy Espertalhão” (televisão)

PÚBLICO QUINTA-FEIRA, 9 AGOSTO 1990 >> Local

RTP


Billy espertalhão

O ENORME sucesso alcançado por Billy Joel em terras americanas prova até que ponto o mau gosto e a pirosice são apreciados na grande e gorda nação. O “artista” em questão consegue aliar letras de teor literário equivalente às fotonovelas “Capricho”, a uma música que se estica toda sem conseguir no entanto chegar aos calcanhares de Elton John. Se tivermos em conta que o dito Elton se encontra, em questões de qualidade musical, ao nível da subcave ou talvez mais abaixo, estamos conversados quanto ao lugar que Joel ocupa na hierarquia. Os americanos, contudo, não se deixam enganar por estes preciosismos de índole intelectual e, por isso mesmo, perniciosos. Engolem deliciados a “mensagem” de Billy, como engolem a querida Coca-Cola, como engolem afinal tudo. Criancinhas endinheiradas que correram a comprar “The Stranger”, “52nd Street”, “Glass Houses”, “An Innocent Man”, enchendo os bolsos a um espertalhão, entre muitos outros, que sabe tirar partido das infinitas possibilidades oferecidas pela “Big Apple”.
Canal 1, às 14h40

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #31 – “neil young (mariolopes)”

#31 – “neil young (mariolopes)”

Fernando Magalhães
25.10.2001 160415

O Neil Young ainda hoje continua a dar cartas, então quando entra na grande “trip” eléctrica, é o fim (se ouvires alguns álbuns recentes dele, percebes o que quero dizer…).
Pessoalmente, prefiro o seu lado mais acústico, sobretudo os os clássicos “After the Goldrush” e “Harvest”. Este último foi retomado já na década de 90, num belíssimo trabalho intitulado “Harvest Moon”. Todos estes CDs são fáceis de encontrar, inclusive em saldo.

FM