POP ROCK
13 MAIO 1992
ÍNDIO
Indio
LP/CD, Fusion Etnica
O índio é o nosso chamado Fernando Girão, antes também conhecido por Very Nice e pela voz de “aquela máquina”. Girão virou ecologista e entrou na onda índia, que é o que está a dar. Para tal contou com a ajuda dos “irmãos de luz” que o inspiraram a escrever coisas tão belas e pertinentes como “não sei se as nações unidas/vão entender o que eu pedi/eu falo em nome de milhões/que não puderam vir aqui” ou “Yé yé yé/porque é que o homem é tão burro/Yé yé yé/e não consegue controlar/yé yé yé/qual será o nosso futuro/eu vou pedir a um extraterrestre/prá me vir buscar”, ou essa pérola poética que é “Se eu fosse um latin lover/tu serias a princesa/dos meus sonhos mais eróticos/da mais louca subtileza”.
As faixas falam quase todas dos “indios”, únicos detentores da verdade, e da Amazónia. Tudo contra o “homem do Ocidente” que anda a dar cabo do planeta. É tudo verdade, índio, mas é preciso ter cuidado com o ridículo. A música é uma imitação estilo “praça de Espanha” de Milton Nascimento, cheia de programações rítmicas e da persistente entoação brasileira de Girão, num festival de lugares-comuns. (1)