Santana – “Milagro”

Pop Rock >> Quarta-Feira, 24.06.1992


SANTANA
Milagro
LP / CD Polydor, distri. Polygram

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Santana arrasta-se pelas vielas do misticismo como um pedinte a esmolar a inspiração que não vem. Num disco pródigo em milagres, este nunca se chega a realizar. Mas há outros. Como é possível, por exemplo, que um disco que reúne 29 convidados, entre sul-americanos mais ou menos anónimos, Larry Graham e Miles Davis, soar como uma amálgama incaracterística de “latino soul” requentado, sem ponta por onde se lhe pegue e uma única canção que se consiga salvar do lodo da mediocridade? Milagre! Como é possível, por outro lado, que a tortura se estenda por quase 70 minutos, na versão em vinilo? Milagre! O único milagre que traz algumas compensações espirituais é curto. Dura pouco mais de um minuto, chama-se “A Dios” e junta, por breves instantes, o trompete de Miles Davis com uma gravação de John Coltrane. O que prova mais uma vez que Santanas da casa não fazem milagres. (3)

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