Gorky’s Zygotic Mynci – Barafundle

04.06.1997
Gorky’s Zygotic Mynci
Barafundle
FONTANA, DISTRI. POLYGRAM

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Cromornas da Renascença, vozes de alienígenas brincalhões, pianos e flautas de bisel vestidos de “libré”, voos psicadélicos ao sabor do vento, melodias entrançadas com as cores do arco-íris e sonhos de arcanjo. Recuámos, por certo, a 1967, não é verdade? Errado, senhores! Estamos em 1997 e os novos monarcas da loucura com sabor a algodão-doce dão pelo nome de Gorky’s Zygoti Mynci. São, obviamente, ingleses e aprenderam toda a música que foi feita entre o “verão do Amor” e o esplendor do Progressivo, até 1974. São canções que recuperam o conceito de delicadeza e o misturam com o da excentricidade tipicamente “british”. Como faziam em 1970, em Canterbury, bandas como os Caravan, referência óbvia dos Gorky’s em temas como “Diamond Dew” e “Miniature Kingdoms” (aqui, enfeitados com uma entrada à Gryphon), ou os Spirogyra, (“Dark Night”). Os Incredible String Band (“Cursed, Coined And Crucified”), aparecem colados aos Monochrome Set, em “The Barafundle Bumbler”. É ainda a mesma folia de Julian Cope, mas sem prestar vassalagem ao “krautrock”, com a elegância dos Kaleidoscope/Fairfield Parlour (“Heywood Lane”), o açucar dos High Llamas (“patio Song”) e o mesmo tipo de distúrbios cerebrais coloridos a guache por Syd Barrett. Mas esqueçam todos estas reminiscências. Os Gorky’s arriscam arranjos imprevísiveis (por vezes todas as influências citadas cruzam-se e desaparecem num ápice) e são genuinamente originais e progresivos. Esqueçam ainda os Kula Shaker e o seu “melting pot” de plástico, os Gorky’s Zygoti Mynci são os verdadeiros “pot head pixies” dos anos 90. (8)

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