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Pára-Raios prediais e ligação à terra de protecção (parte 3/4)

[… continuação]

Medições, Verificações e Manutenção

É aqui que muitos dos sistemas, mesmos os mais sofisticados, falham. É normal os sistemas serem feitos cumprindo todas as normas.
O problema é que estes sistemas, devido à sua natureza dinâmica e dos solos, para além do rigor que exige aos seus parâmetros, exigem uma manutenção sistemática, que normalmente não é feita.
Tenha pois muito cuidado, pois um sistema de protecção em más condições pode ser pior que não ter sistema, devido à confiança enganadora que transporta consigo.
Deve então proceder do seguinte modo:
– Verificar o bom estado de conservação, de fixação e de funcionamento dos captores, das descidas, dos elementos de ligação, etc., com confirmação, por medição da respectiva continuidade eléctrica;
– Verificar o bom estado de funcionamento dos disruptores e dos descarregadores de sobretensão existentes no pára-raios;
– Verificar o valor da resistência de contacto do eléctrodo de terra, o qual não deve ser superior em mais de 50% ao valor obtido aquando da primeira inspecção, nunca devendo exceder 10 Ω.

Classificação dos Edifícios e Estruturas para determinação da necessidade ou não do Sistema de Protecção contra Descargas Atmosféricas (SPAD)

Como é fácil constatar por todos, nem todos os edifícios possuem SPAD. Tal verifica-se por que nem todos eles, por lei, são obrigados a tê-la, o que não constitui qualquer perigo, pois a sua colocação não iria melhorar essa mesma segurança.
Nesse sentido a Direcção Geral de Geologia e Energia, estabeleceu as normas que determinam quais os edifícios que têm obrigatoriamente de possuir o SPAD e aqueles em que tal não se revela necessário.
É isso que vemos resumido nos quadros seguintes, auto-elucidativos:

[continua…]

Dezembro 27, 2010   Não há comentários

Pára-Raios e ligação de terra de protecção (parte 2/4)

[…continuação]

Depois de, na primeira parte deste artigo, termos feito, essencialmente, o enquadramento histórico do pára-raios, desde as célebres experiências de Benjamin Franklin com o papagaio até à sua invenção, nesta segunda parte debruçar-nos-emos mais em detalhe sobre os pormenores técnicos da constituição e montagem de pára-raios na actualidade.

Antes vejamos duas animações reveladoras do que pode acontecer a uma estrutura edificada sem protecção contra descargas atmosféricas e, depois, o caso em que essa protecção existe.

Se não conseguir ver as animações, clique na imagem para as ver.

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Novembro 26, 2010   Não há comentários

Pára-Raios prediais e ligação à terra de protecção (parte 1/4)

Pára-Raios

Quando se formam tempestades, formam-se, com elas, elevados potenciais eléctricos nas nuvens.
Estes potenciais eléctricos são tão elevados que podem disromper o ar atmosférico que, como todos sabemos, em condições normais é isolante.
Essa disrupção pode pôr em causa a segurança das pessoas e bens, pois o elevado potencial eléctrico pode descarregar-se, através do ar, nas casas, pessoas, etc.
A primeira pessoa a estudar este fenómeno foi Benjamin Franklin, através da famosa experiência do papagaio

Clique na imagem para ver a animação

Clique na imagem para ver a animação

Depois de compreender o fenómeno a que aludimos anteriormente, Franklin estudou a melhor forma de proteger as pessoas deste perigo, chegando-se depois à construção do primeiro pára-raios, cujo nome é uma homenagem ao cientista.

Mas como se formam os potenciais eléctricos imensos durante as tempestades?

As camadas de ar que sobem na atmosfera, levam consigo várias impurezas carregadas de electricidade. Por sua vez, e mais importante ainda, o atrito (fricção – ver adiante) entre as pequenas gotículas microscópicas de água que vão formar as nuvens, formam potenciais eléctricos da ordem dos milhões de volts.
Constatou-se que as cargas negativas (electrões), que são móveis, ficam na parte inferior das nuvens, como se pode ver na figura:

A sua tendência é deslocarem-se para a terra (ou para outra nuvem – lembrem-se que a parte superior das nuvens fica com potencial positivo), apesar do efeito isolante do ar constituinte da atmosfera. Só que essa elevada resistência é vencida muitas vezes pelo elevadíssimo potencial eléctrico que se concentra na nuvem.

A ideia de Benjamin Franklin foi que se puséssemos, em cima das casas uma haste, o mais comprida possível, para melhores resultados, ligada à terra por um material condutor, as cargas eléctricas oriundas da nuvem ficariam com um caminho mais fácil de percorrer (menor resistência eléctrica, não é?), diminuindo assim a probabilidade de o raio fazer estragos nas casas e pessoas, pois a sua tendência é ir pelo caminho mais fácil.

O Pára-Raios do Tipo Franklin

Como forma de não pôr ele próprio em perigo a segurança das pessoas, o cabo de descida do pára-raios deve ser colocado com alguns cuidados:
– Esse cabo não deve tocar em nenhuma parte metálica do edifício onde é colocado, pelo que as normas recomendam um afastamento mínimo de 10 cm, e os suportes devem ter isoladores do tipo roldana, no meio dos quais passará o cabo;
– O eléctrodo de terra deverá ter uma resistência máxima de 10 ohm.

Área de Protecção

A lei impõe regras para a área em redor de cada edifício que deve ser protegida por pára-raios.
O cumprimento das normas leva a que

N = Ng . Ae x 10^6-
N = frequência da média de raios previsíveis, por ano e por km^2, na zona da edificação
Ae = Área de exposição em m^2
Ae = Lw + 2LH + 2Hw + piH^2
L – comprimento
W – largura
H – altura da edificação
Ng – 0.04 x Td^1,25
Td – número de dias de trovoadas por ano

A lei manda ainda que só seja obrigatório montar um Sistema de Protecção Contra Descargas Atmosféricas, caso N seja maior que 1 por 1000

Cabos de Descida

Estes cabos devem ser de cobre multifilar com diâmetro de 6.5 mm, ou seja, de secção igual a 25mm2.
O número de cabos a usar depende da altura e da área da edificação
Todas as carcaças de equipamentos, estruturas metálicas, tubagem metálica, etc., do edifício, devem ter equalização de potencial, ou seja, devem estar ligados ao sistema de terra de protecção existente.
Sob o solo, os condutores de aterramento (equipotencial) devem, por sua vez, ser ligados a uma barra metálica.
Acima do subsolo, para edificações de mais de 20m de altura, as barras equipotenciais devem ser ligadas a um anel horinzontal que interliga os condutores de descida.

Eléctrodos de Terra

É uma das mais partes mais importantes, não só de uma instalação de pára-raios, mas de todo o sistema de protecção eléctrica de um edifício. Isto porque é através dele que todos os raios (cargas oriundas da nuvem) se descarregam para aterra e assim são neutralizados sem perigo para a estrutura e pessoas.
Os eléctrodos mais utilizados são:
– barra de copperweld de ¾ de polegadas x 2 m de comprimento
– cano de aço galvanizado de 2 polegadas x 3 m de comprimento
– cabo de cobre de secção igual a 35mm2 enterrado na horizontal a 60cm de profundidade
Esses eléctrodos devem ser enterrados e feita a medição de terra.
Sabendo que cada terreno tem a sua resistência própria (os húmidos têm resistência mais baixa, ao contrário do que acontece com os pedregosos).
Se, num caso particular, com as regras acima mencionadas, não for obtida a resistência de 10ohms, devemos aumentar o número de eléctrodos até que o seja.
Outras maneira de fazer o aterramento sem usar eléctrodos:
– Condutor enterrado horizontalmente, ao qual se aplica a fórmula R = 2Ró/L
Sendo:
R – Resistência de aterramento, em ohm;
– ró – resistividade do solo, em ohm.metro
– L – comprimento da vala onde está enterrado o condutor, em metros.

2 – Hastes de aterramento, enterradas verticalmente: R = ró/L

Sendo L o comprimento da haste, em metros.

3 – Valores médios para a resistividade do solo:
– solos aráveis férteis ou solo compactado húmido: ró = 50 ohms . m
– solos aráveis pouco férteis ou saibro ou aterro não compactado: ró = 500 ohms.m
– solos pedregosos nus, areia seca ou rochas impermeáveis: ró = 3000 ohms.m

[continua…]

Outubro 26, 2010   Não há comentários