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Corta-Circuitos Fusíveis

CORTA-CIRCUITOS FUSÍVEIS

Não são mais do que um fio condutor dentro de um invólucro.

Introdução

A ideia é que, se a corrente ultrapassa determinado valor perigoso para o circuito onde se encontra inserido, o fio funde, isto é, passa ao estado líquido, interrompendo assim o circuito e evitando eventuais prejuízos materiais e humanos que decorreriam se a corrente continuasse a fluir e aquecesse demasiado os componentes do circuito.

Trata-se, pois, de um dispositivo de protecção.

Esta protecção é contra um tipo de anomalias que podem ocorrer nos circuitos: As sobrecargas e os curto-circuitos.

Uma sobrecarga ocorre num circuito quando estão ligados a ele, simultaneamente, diversos receptores (televisão, aquecedor, torradeira, máquina de lavar roupa, etc.) cuja corrente pedida excede o valor da corrente máxima suportada pelo circuito – mais corrente implicaria mais aquecimento dos condutores e eventual deterioração dos condutores, aparelhos receptores, etc.

A todos nós já aconteceram situações de sobrecarga em nossas casas quando ligamos muitos aparelhos ao mesmo tempo, e, como consequência o disjuntor do quadro eléctrico dispara, antes que maiores males possam acontecer.

E se hoje em dia se usam disjuntores, antigamente, como se recordam os mais velhos, nesta função usavam-se fusíveis.

Do que foi dito anteriormente, conclui-se de imediato que nunca devemos substituir um fio de um fusível (o que era e é uma prática amiúde), quando funde, por outro de maior secção. É a integridade do circuito, dos nossos equipamentos, e de nós próprios que pode estar em causa.

Hoje em dia os fusíveis já não se usam para proteger circuitos domésticos mas eles continuam a ter grande utilização em circuitos industriais e electrónicos.

Não esquecer que uma outra situação de sobrecarga acontece, por exemplo, quando se exerce sobre um veio de um motor um esforço superior ao nominal, que obriga a pedir à rede uma corrente maior.

O curto-circuito é quando há um caminho directo entre a fase e o neutro, subindo a corrente, instantaneamente, para um valor muito elevado, o que queima/funde de imediato o fio fusível.

Todos os fusíveis têm algumas características comuns:

– Calibre: valor máximo que o fusível suporta normalmente, sem fundir

– Poder de corte: máxima intensidade que o aparelho corta, sem destruição do seu invólucro

– Tensão nominal: Tensão que serviu de base ao seu projecto

– Poder de Fecho: máxima intensidade que o fusível pode ligar sem destruição do seu invólucro

No caso do tipo cartucho, o seu poder de corte é elevado.

Quer em circuitos monofásicos quer em trifásicos, a norma é aplicar um fusível a cada fase, excluindo-se pois o neutro.

Todos os fusíveis têm uma margem de não actuação, para além dos seus valores nominais, isto é, apresentam uma certa tolerância, como podemos observar na tabela seguinte:

Corta-Circuitos Fusíveis

Intensidade Nominal In(A)

Intensidade Convencional de Não Fusão Inf(A)

Intensidade Convencional de Fusão If(A)

2

4

8

10

12

15

16

20

25

30

32

40

50

60

63

80

100

125

.

.

.

3

6

12

15

17

21

22

28

35

39

41

52

65

78

82

104

130

162

.

.

.

4

8

16

19

21

26

28

35

44

48

51

64

80

96

101

128

160

200

.

.

.

Os valores da intensidade convencional de não fusão querem dizer que o fusível não funde para esses valores de intensidade durante: uma hora se IN≤63 A, ou duas horas se IN≤160 A

Os valores da intensidade convencional de fusão querem dizer que o fusível deve fundir, a qualquer momento, num tempo inferior a uma ou duas horas, conforme o calibre.

Exemplo: Se a intensidade nominal do fusível (IN) for de 4 A, então:

1. O fusível só funde com 6 A, depois de decorrida uma hora.

2. 2. O fusível funde com 8 A, num tempo inferior a uma hora.

Tipos de Fusível

1. De Rolo

Contém no seu interior o fio fusível que faz contacto eléctrico na parte superior com a tampa, e na parte inferior com um contacto metálico.

Fusível de Rolo

2. De Gardy

É o mais antigo e o de mais simples construção. É constituído por um fio de cobre, prata, chumbo, etc., calibrado, ligado a dois Pernes (contactos), estando o conjunto fixo a uma massa de porcelana que serve de suporte. Os Pernes vão encaixar numa base, também de porcelana.

eram deste tipo aqueles que se usavam em instalações domésticas, antes de serem substiuídos pelos disjuntores.

Fusivel Gardy

3. De Cartucho

No caso específico dos fusíveis do tipo cartucho, eles são constituídos por fios fusíveis, ligados em paralelo, dentro de uma câmara constituída por um material isolante, na qual se encontra areia de quartzo com o objectivo de favorecer a extinção do arco eléctrico que sempre se forma aquando da fusão.

Na figura seguinte podemos ver uma representação deste tipo de fusível, bem como os seus respectivos elementos:

Fusivel de Cartucho

1 – Elemento Fusível: permite definir o calibre e assegura o poder de corte

2 – Invólucro: deve ser muito forte pois suporta choques térmicos e electrodinâmicos (variação da corrente) muito grandes, no corte

3 – Areia: o seu papel é o de arrefecer o arco eléctrico

4 – Ligação do elemento fusível com as facas

5 – Facas: asseguram a ligação eléctrica com o suporte, assegurando a continuidade do circuito

6 – Sistema de Detecção de Fusão (sinalizador ou percutor)

Vejamos agora uma fotografia de um exemplar deste tipo de fusível, bem como da respectiva base onde assenta.

Fusível Cartucho

Finalmente mostramos uma animação onde se pode ver, de forma, interactiva, os componentes e o funcionamento deste tipo de fusível.

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3 comentários

1 Wolfgang { 11.05.09 at 22:48 }

Por acaso alguem sabe onde arranjar fusiveis do tipo Gardy? De preferencia em Lisboa…

2 admin { 11.09.09 at 16:15 }

Caro Wolfgang,
não sei. Já googlei um pouco e realmente não encontro.
Alguém pode ajudar?

3 Manuel { 10.26.14 at 16:31 }

Interessante, elucidativo e muito prestável!

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