Fernando Magalhães
17.09.2002 150311
Muito resumidamente (crítica completa aos 2 dias do evento, 4ª feira):
BOBBY COHN: Bizarro, amaneirado, boa voz, showmanship e…pouco mais. A personagem sobrepôs-se à música que, pelo menos ao vivo (os discos são bastante curiosos), mostrou ser de uma vulgaridade gritante (Disco, funk, teatralidade bowieana…) – 4,5/10
THE SEA & CAKE: Ouçam os CARAVAN (de “Waterloo Lily”) e, já agora, os WIGWAM (de “Nuclear Nightclub”) e esqueçam os THE SEA & CAKE 😀
Menos radical: Foi um concerto agradável. Os tipos tocam mal mas esforçam-se. As partes melhores (leia-se, com o trompete de Mazurek, outro músico sofrível mas esforçado) foram, infelizmente, prejudicadas pelos problemas de som. – 6/10
TORTOISE: Começaram e acabaram muito bem, em força e com vontade “de castigar os ouvidos” e obrigar a uma escuta tensa e ativa, mas…, pelo meio, procuraram agradar e mostrar estatuto de “clássicos”, o que, se por um lado, prova que, efetivamente, já marcam, de facto, uma posição de destaque no universo do pós-rock, por outro, tornou enfadonhas determinadas sequências instrumentais que pareciam ser tocadas “à manivela”. Tudo muito bonitinho e agradável, o que seria a última coisa que esperaria dizer dos TORTOISE!
Momentos ouve em que parecia estar a ouvir os Stereolab. O lado “easy listening” e alguns pormenores “lounge” parecem-me indicar um certo conformismo… Mesmo assim, um bom concerto. – 7/10
Não sei porquê, mas estou com uma fézada que os TRANS AM vão arrasar hoje à noite e que vão ser o grande concerto deste “Looking for a Thrill”…
“Standards”, o novo álbum dos Tortoise, encena a América como uma aberração conceptual. Local de observação: Chicago. Para agitar a bandeira do “day after”. Das eleições presidenciais e do pós-rock.
América num ringue de box
A história dos Tortoise é a história de um grupo em permanente ebulição. Se em “Millions now Living Will never Die”, por muitos considerado uma das obras-primas do pós-rock, rótulo que eles próprios ajudaram a criar, com a convicção íntima de que o rock era algo de insuficiente, até ao novo “Standards”, passando pelo “puzzle” eternamente insolúvel que é “TNT”, os Tortoise têm questionado e posto à prova conceitos como os de improvisação e música programática, “live electronics” e alquimia de computação, síntese e citação, entrando finalmente, e como uma intuição, nos domínios da ideologia.
“Standards” surge pouco tempo depois e ainda mal refeito da grande confusão eleitoral dos EUA pós-Clinton. A capa mostra uma bandeira americana deformada por interferências vídeo e o título deixa espaço em aberto para diversas interpretações. Os modelos do “american way of life”, dissecados por dissertações instrumentais abstratas, constituem desde logo um enigma que convoca ainda a memória dos standards da música de jazz, sem que seja possível adivinhar onde se situa exatamente o alvo. Doug McCombs, baixista do grupo, é taxativo: “Gore ou Bush? Sinto que nenhum deles vem trazer algo de grandioso à América…”.
Chicago, cidade onde toda esta trama se desenrola e pela qual os Tortoise se dizem afetados, tem sido de há muito sede de múltiplas concentrações artísticas. Em Chicago a música ferve. Os “blues” de larga tradição, o grande templo jazz da Association for the Advancement of Creative Musicians (AACM) criado nos anos 60 e berço dos Art Ensemble of Chicago, o boom hardcore de bandas como os Naked Raygun ou Big Black, nos anos 80, e a insurreição do pós-rock despoletada em meados da década passada, fizeram e fazem desta metrópole um forno de criatividade.
Não admira então que na música dos Tortoise se sinta a pulsação da fervilhante Chicago, onde tudo é possível lícito e realizável. Se “Millions now Living…” era o “day after” do rock e “TNT” a introspeção esquizoide de jovens intelectuais barricados no estúdio, “Standards” desfere um soco nas expetativas. Os Tortoise assumem-se nesta sua nova fase como um grupo de rock que no rock descobriu que a porta de saída pode ser, no fim de contas, também porta de entrada para o desconhecido. “Standards” transborda de energia, não se envergonha de lançar para a mesa de mistura o espancamento de riffs de guitarra e usa o estúdio como substituto virtual das tradicionais desbundas de garagem. Em vez do manifesto de “Millions…” e da filigrana jazz/minimal de “TNT”, há agora blocos de magma sonoro e ideias em confronto num ringue de box. Serão afinal os Tortoise, como insinuou o seu guitarrista, Jeff Parker, em entrevista ao “Y”, uma banda punk?
A EXISTIR UM CONCEITO, SERIA
UNICAMENTE O DE TORNAR A NOSSA MÚSICA
MAIS ÁSPERA, MAIS
DISTORCIDA E MAIS ALTA,
COM CANÇÕES MAIS DENSAS E CURTAS. MAIS ROCK, NO FUNDO… LEMBRO-ME DE DOUG MCCOMBS DIZER UMA VEZ QUE
JÁ ERA ALTURA
DE FAZERMOS UM DISCO PUNK
Explode rock
Jeff Parker, guitarrista dos Tortoise, explicou a Y as diferenças entre “TNT” e “Standards”, frisando as ambiguidades do conceito, em contraste, com a evidência e o poder exclamativos dos sons. Adeus pós-rock, bem vindo, rock ‘n’ rol. Só que nos Tortoise, nem tudo o que parece, é.
Ao contrário do anterior “TNT”, o novo álbum soa mais unificado e compacto. Seguiram uma estratégia de trabalho diferente?
Desta vez fizemos um esforço consciente para soarmos mais rudes e para tocarmos juntos ao mesmo tempo, uma vez que em “TNT” não tivemos meios para o fazer. Usámos para este álbum, pela primeira vez, o estúdio Soma mas embora o “editing” continue a ser parte importante das gravações, foi-o menos em “Standards” do que em “TNT”. Quando fizemos as misturas claro que usámos o estúdio exaustivamente, mas com mais subtileza do que no disco anterior.
Pode definir essa “subtileza”?
Digamos que as canções sofreram menos tratamentos. Deixámo-las respirar. O estúdio continua a ser um instrumento como qualquer outro mas, em comparação com “TNT”, a sua utilização torna-se menos óbvia.
Em que doses se misturam o rock e o jazz no novo som dos Tortoise?
É mais rock do que qualquer dos outros álbuns… Há pessoas que não gostaram de “TNT” e dizem adorar “Standards” e pessoas que ao ouvirem o novo álbum ficam desiludidas por não soar como “TNT”.
Não existe qualquer elo com a tradição jazz da AACM (ver texto ao lado)?
Bem, adoro jazz e tenho um background mais jazzy do que qualquer outro dos músicos do grupo, mas penso que, a existir uma ligação, ela é sobretudo espiritual, uma influência indireta, mais do que a incorporação na nossa música de elementos concretos de jazz. Estruturamos o som de uma maneira abstrata.
“Standards” é um título enigmático. Com que intenção o escolheram?
Depende do que se entender por “standard”. É um termo ambíguo, com uma quantidade de significados. Pode ser a bandeira da capa, pode ser um presidente, pode ser algo pelo qual lutamos e pode ser uma canção… A música acaba por ser um reflexo das nossas vivências, do modo com observamos o mundo. Mas a existir um conceito, seria unicamente o de tornar a nossa música mais áspera, mais distorcida e mais alta, com canções mais densas e curtas. Mais rock, no fundo… Lembro-me de Doug McCombs dizer uma vez que já era altura de fazermos um disco punk! [risos]
O tema “Blackjack” é bastante diferente do resto do álbum, soando quase como uma banda sonora de Morricone para um “western spaghetti”…
É um dos meus temas favoritos. A música de filmes é algo que todos nós apreciamos, o que acaba por se traduzir em mais uma faceta do grupo. Mas há outras que, de uma maneira ou outra, refletem os gostos de cada um de nós. Eu posso falar nos Gang Starr ou em Art Blakey…
Uma pergunta que se tornou horrível fazer: o termo pós-rock ainda faz algum sentido para os Tortoise?
Foi algo que nunca assumimos. Se alguém nos quer colar esse rótulo, tudo bem… Mas o termo é tão lato que pode abranger bandas tao diferentes como os Isotope 217º, Him, Trans AM ou os Labradford, dos quais gosto especialmente. Acontece que existem problemas de comunicação, de distribuição e de marketing, cujos interesses se acabam por sobrepor à música.
Já que estamos a falar nisso, tem alguma lista pessoal de “standards”?
“You go to my head”, de Billie Holiday, e dois álbuns, “Live at Plugged Nickel”, de Miles Davis, e “Tejas”, dos Z Z Top.
O novo som de Chicago
CHICAGO UNDERGROUND
Synesthesia
Guarda avançada do novo jazz, os Chicago Underground Duo movem-se entre as coordenadas da eletrónica, do pós-rock e do free-jazz, diluídas numa música sem fronteiras tao (des)alinhada com os Supersilent, Miles Davis e Don Cherry, como com Sun Ra, Conrad Schnitzler, em zonas ambientais de ressonâncias cósmicas.
GASTR DEL SOL
Upgrade & Afterlife
“Camoufleur” poderá ser o álbum da iluminação, mas “Upgrade & Afterlife” é aquele que mais longe transporta a candeia dos Faust pelas grutas do inexplorado. Com John Fahey a servir de guia à guitarra e Tony Conrad e LaMonte Young a ensinarem que pode ser necessário todo o tempo do mundo até se descobrir que da repetição pode nascer a luz.
ISOTOPE 217º
The Unstable Molecule
O jazz rock psicadélico e indolente dos jardineiros de Canterbury pode não fazer parte das suas conjeturas, mas a verdade é que os Isotope 217º redescobriram o mesmo sentido de melodia, a afetação diletante e o gosto pela transgressão dos cânones, dos National Health, Hatfield and the North, Nucleus ou Isotope, numa música onde o jazz e a eletrónica correm com um swing quase infantil. E o fraseado “cool” do trompete e do trombone enviam “The Unstable Molecule” para as memórias de Miles Davis de “The Silent Way”.
JIM O’ROURKE
Bad Timing
Um dos gurus de Chicago, em plena fase de transição do hermetismo “faustiano” dos primeiros álbuns para a pop falsamente inocente e por muitos odiada do posterior “Eureka!”. Há melodias, como estas, que nascem tristes e doentes. Como as de Robert Wyatt.
ROME
Rome
Cada audição revela uma esquina diferente dos vários caminhos trilhados por esta banda da primeira geração do pós-rock. Com ênfase no ruído, na eletrónica visceral e num tribalismo electro que evoca as velhas invocações a um demónio sem nome da velha guarda da editora ESP.
STEPHEN PRINA
Push Comes to Love
Antes dos The Sea and Cake dizerem “sim” em francês, já Stephen Prina, dos The Red Krayola, introduzira o Verão e a delicadeza fonética num álbum de canções com a textura de nuvens que tanto carregam a chuva de um chá das cinco em Canterbury como dão a mão à garota de uma imaginária Ipanema. Com a música das palavras a conduzir a dança.
TORTOISE
Millions now Living Will never Die
O álbum que deu credibilidade a uma invenção, o pós-rock, que outros arrastaram pelas ruas do tédio e da amargura. O experimentalismo e a ousadia num álbum de eletrónica em estados de alerta, sem fronteiras que não as da própria música. “Millions” entrou para o grupo dos “que nunca morrem” e fez de novo Chicago o centro do mundo.
VANDERMARK 5
Target or Flag
Hoje aclamado como um dos maiores saxofonistas da nova geração, Ken Vandermark cultiva a musculatura e o fraseado sem papas na língua, aqui num projeto que não desdenha o rock sem as câmaras de magia da estética da editora Recommended.
E ainda:
AERIAL M Post-Global Music
BOBBY COM Rise Up!
BROKEBACK Field Recordings from the Cook Country Water Table
CUL DE SAC Crushes to Light, Minutes to its Fall
ELEVENTH DREAM DAY Eight
THE FOR CARNATION The For Carnation
FREAKWATER End Time
JOHN MCENTIRE Reach the Rock
THE LONESOME ORGANIST Cavalcade
SAM PREKOP Sam Prekop
SLINT Spiderland
THE SEA AND CAKE Oui
TOWN & COUNTRY Decoration Day
Música que vem do nada, música que se basta a si própria, música desligada da realidade. Parece óbvio que o novo trabalho dos Tortoise, “TNT”, está a provocar em alguma crítica nacional e internacional uma dose razoável de perplexidade. Talvez seja apenas a falta de hábito da pop em lidar com álbuns, como este, inteiramente instrumentais. “TNT” é, tão só, um excelente disco de música e, possivelmente, uma gigantesca anedota. não chega?
Para John Herndon, com quem o PÚBLICO falou, é mais do que suficiente. Aliás, o simples acto de falar parece ser um esforço demasiado intenso para o multinstrumentista dos Tortoise.
Na ausência de John McEntire, mentor e ideólogo dos Tortoise, coube a John Herndon o papel de porta-voz do grupo. Parco em palavras, lá foi dizendo que é apreciador de heavy metal (jurou a pés juntos que não estava a brincar…) e de Herbie Hancock e que a maior dificuldade na gravação de “TNT” foi conferir-lhe um “ar de coesão”.
FM – O som do novo álbum é bastante diferente do anterior, “Millions now Living will never Die”. Houve mudanças nos métodos de trabalho?
JOHN HERNDON – Começámos a gravar há dez meses e acabámos há cerca de dois meses e meio. O som é, de facto, diferente, mas não tentámos fazer nada de especial para além de ser um álbum novo.
FM – Foi um trabalho de intuição de momento ou o fruto de uma planificação prévia?
JOHN HERNDON – Foi algo que se foi revelando e desenrolando à medida que íamos gravando.
FM – O termo pós-rock ainda faz algum sentido para o grupo? Há ainda algo de comum entre bandas tão diferentes como os Tortoise, Isotope 217º, da qual, aliás, também faz parte, ou Stars of the Lid?
JOHN HERNDON – Não fomos nós que inventámos essa designação. Pessoalmente, não me diz nada. Não passa de uma maneira fácil de os jornalistas expressarem algo que não é fácil de explicar. Nunca procurámos ser uma banda rock ou pós-rock… Somos apenas um grupo de música.
FM – Há quem critique essa opção da música pela música, como uma coisa abstracta…
JOHN HERNDON – Não é suficiente?…
FM – Pode ser, mas as pessoas têm a tendência para querer conhecer mais pormenores, ideias, perspectivas. Os Tortoise não se preocupam com estas questões comezinhas?
JOHN HERNDON – A nossa única preocupação é tocarmos os nossos instrumentos da melhor maneira que pudermos.
FM – Que música é que costuma ouvir em casa?
JOHN HERNDON – “The Dream Police”, dos Cheap Trick, “Back in Black”, dos AC/DC, “Hail to England”, dos Manowar…
FM – Por que razão escolheram um título como “TNT” para um álbum tão pouco explosivo?
JOHN HERNDON – Precisamente, é o título de um álbum dos AC/DC. É uma espécie de homenagem de um fã…
FM – Influências. Tentemos por aqui. Por vezes, o som do disco é muito parecido com o dos Stereolab. Não acha?
JOHN HERNDON – Ocasionalmente, usamos o mesmo tipo de sintetizadores.
FM – E Steve Reich, não me vai dizer que os temas “Ten-day interval” e “Four-day interval” não são directamente inspirados na música deste compositor, pois não?
JOHN HERNDON – São, sem dúvida. Durante a nossa última digressão, andávamos a ouvir “Music for 18 Musicians”. pareceu-nos uma boa música de fundo para uma viagem através dos Estados Unidos. Soa muito bem quando se atravessa o deserto… Sei também que John McEntire dedicou algum do seu tempo ao estudo do minimalismo.
FM – “Swung from the gutter” tem o mesmo tipo de “drive” instrumental de algum jazz-rock, uma aproximação que também está presente nos Squarepusher ou nos Isotope 217º…
JOHN HERNDON – Essa é, sem dúvida, uma influência. Ouço bastante o Squarepusher, mas também jazz-rock dos anos 70, como Herbie Hancock.
FM – “TNT” apresenta um interessantíssimo trabalho de produção. Como é que trabalharam este disco em estúdio?
JOHN HERNDON – Usámos dois tipos de trabalho. Umas vezes, desmontámos secções de música, pedaço por pedaço, noutras fomos juntando as partes até chegar a um todo. Não se trata bem, como alguém disse, e nos remisturarmos a nós próprios, mas de tentarmos criar sons novos. Uma das tendências é pegarmos num excerto de música mais forte que já tenha sido gravado, ampliá-lo, manipulá-lo e processá-lo ao ponto de, no final, o som se ter tornado totalmente irreconhecível em relação ao original. Mas é apenas uma parte do processo…
FM – Como é que transportam esse “approach” para o palco?
JOHN HERNDON – É diferente. No estúdio é como se estivéssemos num laboratório. A partir daí, é como se aprndêssemos diferentes versões dos temas que possam funcionar ao vivo.
FM – Em “XXX faster light” trabalham de forma bastante original uma “groove” de “breakbeats”…
JOHN HERNDON – Foi estranho… Gravámos primeiro o núcleo desse tema e depois fomos experimentando por cima as partes de bateria. Tentámos vários ritmos, mas nada parecia resultar. Por fim, decidimos aproveitar uma dessas tentativas, basicamente um “break”, para funcionar como medida do tema inteiro. Gravámos essa parte e processámo-la através de um filtro de um sequenciador de ritmos. Depois eu próprio toquei bateria sobre essa sequenciação electrónica. É como se eu fosse a banda a tocar bateria…
FM – Há uma diferença entre a abordagem rítmica das bandas germânicas como os Mouse On Mars ou To Rococ Rot e a dos músicos de Chicago, como os Tortoise, Trans AM ou Gastr Del Sol?
JOHN HERNDON – Não tenho bem a certeza… Não conheço muito bem a música dos To Rococ Rot. Os Mouse On Mars, sim, são bastante mais electrónicos.
FM – Questão inevitável: em que ponto se encontram as relações dos Tortoise com o legado musical do “krautrock”?
JOHN HERNDON – Não conheço nada. Dave Pajo [um ex-membro dos Tortoise] será a pessoa mais indicada para falar desse assunto.
FM – Sabe por que é que ele deixou o grupo?
JOHN HERNDON – Penso que quis dedicar mais tempo ao seu projecto a solo, os Aerial M.
FM – Há alguma razão especial para o uso intensivo de sintetizadores analógicos na maior parte dos grupos de… hã… pós-rock?
JOHN HERNDON – Uma certa aleatoriedade na criação das texturas musicais.
FM – Qual foi a maior dificuldade com que se depararam na gravação de “TNT”?
JOHN HERNDON – Dar ao álbum um ar de coesão, de maneira a não parecer uma colagem de elementos díspares. Por vezes foi díficil alcançar essa unidade, juntar todas as partes separadas que já estavam gravadas, sobretudo ao nível das misturas e do “editing”.