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Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #52 – “Residents (‘Eskimo’) vs. Biosphere (FM)”

#52 – “Residents (‘Eskimo’) vs. Biosphere (FM)”

Fernando Magalhães
12.12.2001 150332

Então cá vai a minha opinião.

Biosphere é uma aurora boreal. “Eskimo” a noite polar, com os seus demónios a uivar.

São dois universos que não se chegam a tocar.

Um disco como “Cirque” dispõe à contemplação. “Eskimo” perturba e arranca-nos do conforto. Exige um tipo de audição mais “tensa”, o risco é maior.

E convém não esquecer que Geir Jenssen é norueguês enquanto os Residents são americanos. É toda uma diferença de sensibilidades e formas de encarar o som musical.

Pessoalmente, e sem fazer grandes juízos de valor, considero, cada um no seu território, dois discos fundamentais.

FM

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #17 – “Revelação do ano + Residents”

#17 – “Revelação do ano + Residents”

Fernando Magalhães
25.09.2001 121236

Uma maravilha, o álbum de estreia do duo inglês FORT LAUDERDALE, “Time is of the Essence” (ed. Symbiose).
Crítica já no próximo “Y”.
Mas imaginem um cruzamento de dança/electrónica orquestral/psicadelismo/lounge…perfeitamente integrados num todo original. Stereolab + Angelo Badalamenti + Olivia Tremor Control + Strauss + …
Para ouvir e reouvir muitas vezes!

“Icky Flix” dos Residents é o regresso à grande forma dos Residents. Um álbum épico e perturbante, que recupera a grandiosidade de “Not Available”.
A versão em DVD inclui ainda mais música e uma quantidade de vídeos do grupo. Pela amostra das imagens do livrete interior, deve ser qualquer coisa de majestoso, perigoso e tripante.

FM

PS-Inqualificavelmente mau, o concerto de David Sylvian, ontem, no Coliseu. Ao fim de 45 min. desisti e fui-me embora.
Segundo já me disseram (inclusive admiradores do músico) até ao final foi sempre a piorar!

Vários – “Poucos Mas Bons” (notícia | artigo de opinião)

PÚBLICO QUARTA-FEIRA, 27 JUNHO 1990 >> Videodiscos >> Notícias


POUCOS MAS BONS

Os melhores discos quase ninguém os conhece. Como assim? Vamos explicar. Um exemplo: os “O Yuki Conjugate” são uma obscura e excelente banda, praticante de uma música misteriosa e fascinante, não facilmente catalogável. Devia ser conhecida no planeta inteiro, mas de facto apenas 268 dos seus habitantes ouviram falar dela, entre os quais cinco são portugueses. Uma ou outra discoteca nacional, daquelas que arriscam e importam, manda vir cinco exemplares. Quatro desses portugueses adquirem o disco, dez segundos após este ter sido colocado no expositor da loja ou mesmo antes. O disco restante é levado por engano por alguém que pensava tratar-se de Yoko Ono. O quinto português conhecedor fica a chuchar no dedo porque vive em Viseu, não soube que o disco estava disponível, ou não foi suficientemente rápido. De entre os contemplados, um escreve para algum lado e faz uma crítica elogiosa. Trinta pessoas leem o artigo e pretendem adquirir o disco. A discoteca em questão vai importando quantidades progressivamente maiores de exemplares à medida que a procura aumenta. Satisfeitos todos os pedidos, passa-se à aposta seguinte. Seis meses depois, uma editora ligada a uma multinacional ouviu dizer que o disco era um sucesso de vendas no mercado independente e resolve importar 10.000 exemplares do dito. Não se vende nenhum. A editora, a braços com um produto que desconhece e que não sabe como promover, diz que o disco é mau e não vende. Segue-se o habitual estendal de lamentações de mais uma história triste do nosso pobre panorama editorial.
Vamos lá ver se conseguimos alterar o estado de coisas. Para já, escrevendo e informando regularmente, neste canto aconchegado, sobre bons e desconhecidos nomes e discos que regularmente por cá aterram, nas tais discotecas especializadas.
Por exemplo, “Title In Limbo” – um estranho objeto vinílico gravado a meias pelos anónimos e bizarros Residents e os Renaldo And The Loaf, ainda mais bizarros e divertidos. “Title” é uma ópera épico-cómica eletrónica em que o cantor principal é Bugs Bunny. Foetus, depois do duplo “Sink”, tem já um novo maxi com três temas: “Butterfly Potion” é o principal. “Smiles, Vibration & Harmony” é uma homenagem de variadas bandas (entre as quais os Sonic Youth) ao ex-Beach Boy Brian Wilson, 30 anos depois, de novo na berra. Finalmente, para os fanáticos do folk, o álbum estreia dos Ad Vielle Que Pourra, dois canadianos, dois belgas e um bretão apostados em tornar a música tradicional de expressão francesa num formidável espetáculo de virtuosismo e inspiração. As discotecas Contraverso e VGM fazem as despesas.