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Fish – “Internal Exile”

Pop-Rock Quarta-Feira, 27.11.1991


FISH
Internal Exile
LP / MC / CD, Polydor, distri. Polygram



Fish continua a imitar Peter Gabriel. Depois de ter abandonado os Genesis, perdão, os Marillion, o vocalista gordo com ar de camionista, à semelhança do outro, investe a todo o vapor na carreira a solo. “Internal Exile” possui a grandiosidade das coisas inúteis.
As letras são variantes, sem grande sentido (em matéria de canções carregadas de intenções subjectivas, pode ser uma virtude), de sagas tipo “The battle of Epping forest”, dos Genesis, alternando as referências célticas (Fish diz que a Escócia, seu país de origem, lhe serviu de principal inspiração) de “Shadowplay” e “Internal Exile” (tem a credibilidade de “Mull of Kintyre” e a subtileza de uma claque de ‘hooligans’) com a crítica mais ou menos social de “Credo”, “Tongues” e “Dear friend”, e outras patacoadas sortidas. Também numa linha genesiana ortodoxa, teve a preocupação de polvilhar os textos de nomes próprios de difícil pronúncia, que tanto podem significar gentes e lugares mitológicos como a rua do lado: Dalkeith, Monktonhall, Ravenscraig, Armagh, Genoa, Lothian, Grangemouth…
Escapam duas canções capazes de deixar marca por mais de três segundos: “Shadowplay”, em que, para além da imitação, há verdadeira inspiração, e “Favourite stranger”, sombria e brilhante nas assombrações de um piano eléctrico deixado a gotejar. De resto, para Fish, tudo o que vem á rede é peixe. (4)

Fish – “Internal Exile”

Pop-Rock Quarta-Feira, 27.11.1991


FISH
Internal Exile
LP / MC / CD, Polydor, distri. Polygram






Fish continua a imitar Peter Gabriel. Depois de ter abandonado os Genesis, perdão, os Marillion, o vocalista gordo com ar de camionista, à semelhança do outro, investe a todo o vapor na carreira a solo. “Internal Exile” possui a grandiosidade das coisas inúteis.
As letras são variantes, sem grande sentido (em matéria de canções carregadas de intenções subjectivas, pode ser uma virtude), de sagas tipo “The battle of Epping forest”, dos Genesis, alternando as referências célticas (Fish diz que a Escócia, seu país de origem, lhe serviu de principal inspiração) de “Shadowplay” e “Internal Exile” (tem a credibilidade de “Mull of Kintyre” e a subtileza de uma claque de ‘hooligans’) com a crítica mais ou menos social de “Credo”, “Tongues” e “Dear friend”, e outras patacoadas sortidas. Também numa linha genesiana ortodoxa, teve a preocupação de polvilhar os textos de nomes próprios de difícil pronúncia, que tanto podem significar gentes e lugares mitológicos como a rua do lado: Dalkeith, Monktonhall, Ravenscraig, Armagh, Genoa, Lothian, Grangemouth…
Escapam duas canções capazes de deixar marca por mais de três segundos: “Shadowplay”, em que, para além da imitação, há verdadeira inspiração, e “Favourite stranger”, sombria e brilhante nas assombrações de um piano eléctrico deixado a gotejar. De resto, para Fish, tudo o que vem á rede é peixe. (4)

Marillion – “Brave”

Pop Rock

16 FEVEREIRO 1994
NOVOS LANÇAMENTOS POP-ROCK

Marillion
Brave

EMI, distri. EMI – VC


mar

Com Fish, os Marillion passavam como uma imitação barata e exagerada dos Genesis antes de Peter Gabriel sair. Sem Fish, aconteceu aos Marillion o mesmo que aos Genesis quando Phil Collins substituiu Gabriel na banda. Perderam a sua voz de comando. Por muitos defeitos que Fish pudesse ter, não se pode negar que era um bom artista de circo. Histriónico, dava piruetas vocais sem se estatelar e as capas que desenhava eram bastante boas para entreter o cérebro e os olhos durante uma “trip” de LSD, na variante ácido nostálgico.
Agora, os Marillion gostam de mostrar que estão melhores tecnicamente – e estão, de facto, embora ajudados por uma boa produção – e que Fish não fazia falta nenhuma. Nunca venderam tanto como agora e a MTV já lhes pegou num tema, “The great escape”, salvo erro. O fantasma progressivo ainda não se esfumou e os seus lúgubres gemidos espalham-se por uma “suite” dividida em cinco partes, “Goodbye to all that” (nos anos 70, era de bom tom dividir os temas em muitos subtítulos, por causa da sua extrema complexidade). “Runaway” e “Made again” são canções engraçadas, dentro do estilo Genesis suave, na primeira com uma boa imitação do órgão electrónico de Tony Banks, por Mark Kelly. O resto é mais Supertramp e Camel (“Wave”) e, custa admiti-lo, tem uns minutos realmente belos quando as “uillean pipes” do convidado Tony Hallagan cantam por cima de um fundo de teclas aquático à maneira dos Pink Floyd de “Meddle”, no título-tema.
Darryl Way, ex-Curved Air e Wolf, assina os arranjos orquestrais de “Falling from the moon”. Não é caso para se gritar “bravo!” nem os Marillion tiveram a bravura de se aventurarem além das regiões conhecidas. Mas também não ofende. (5)

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