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Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #126 – “Hoje não há thread de discos ouvidos (Mário Z.)”

#126 – “Hoje não há thread de discos ouvidos (Mário Z.)”

Fernando Magalhães
12.07.2002 160453
O BERNARD PARMEGIANi é provavelmente o mais importante compositor de música eletrónica/eletroacústica deste século, à frente dos igualmente importantes FRANÇOIS BAYLE, MICHEL CHION, MICHEL REDOLFI, CHRISTIAN ZÁNESI, etc, ou seja, a escola francesa ligada à INA. GRM (Institut National de L’Audiovisuel – Groupe de Recherches Musicales), que é também uma editora, aquela, aliás, onde “La Création du Monde” foi editada. Esta peça foi composta entre 1982 e 1984 e a primeira edição em disco, creio, é de 1991. O CD que tenho é já de 2000.

“La Création du Monde” é, juntamente com “De Natura Sonorum”, uma das obras fulcrais do compositor, de quem, aliás, escrevi há uns anos uma crítica no SONS, a propósito de uma edição pela Ananana (?), Matéria Prima (?), de outro álbum excelente, “Pop’Eclectic”.

“la Création du Monde” é, de certa forma, também a criação da música. Uma magma de eletrónica à base de texturas e granulados que vão do telúrico ao celestial, sons “sensíveis”, quase palpáveis, numa metamorfose constante em busca da luz. Entre a abstração “monstruosa” e pulsações cósmicas, uma obra total. Fennesz e os tipos todos que só agora aprenderam a gatinhar 😀 devem tudo a este senhor.

És capaz de gostar muito é do FRANÇOIS BAYLE, cuja música é mais rendilhada e, em certo sentido, subtil e delicada, mais próxima da eletrónica que se fala aqui no fórum. Todos estes CDs se encontram na VGM (no Príncipe-Real, o “Paraíso” da eletrónica contemporânea, mas também música antiga, edições de jazz fabulosas já retiradas do mercado, etc).

FM

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #87 – “Michel Redolfi Appel d’Air (FM)”

#87 – “Michel Redolfi Appel d’Air (FM)”

Fernando Magalhães
14.03.2002 170500
MICHEL REDOLFI é um dos mais notáveis compositores da nova escola de música eletrónica francesa, sediada no INA-GRM (“Institut Nationale Audiovisuel – Groupe de Recherches Musicales”), de François Bayle.

“Appel d’Air”, sobre o qual já escrevi há alguns anos no SONS é uma obra notável nos domínios da eletroacústica.

Três peças, uma delas inspirada na pintura de Henri Matisse, apresentam uma música verdadeiramente pictórica em que o som assume a forma de um caleidoscópio de múltiplas cores e cambiantes.

Harpas de chuva, ventos de cristal, átomos dançantes, brisas da selva, conversas longínquas e incompreensíveis ao fim da tarde, neblinas pintadas pelo sol. São algumas das imagens sugeridas por esta obra onde o som é esculpido até ao mínimo detalhe. A audição chega a ser alucinatória. (Laia, o produto que me vendeste é excecional!)

FM