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Four Men And A Dog – “Shifting Gravel”

pop rock >> quarta-feira, 09.06.1993
WORLD


Four Men And A Dog
Shifting Gravel
CD Special Delivery, distri. MC – Mundo da Canção



A música tradicional dá pano para mangas, é verdade, mas nem toda a indumentária lhe fica bem. Os Four Men and a Dog, incensados pela, por vezes suspeita, “Folk Roots” (o álbum de estreia “Barking Mad” foi considerado álbum do ano por esta revista), chegam ao segundo álbum aureolados com a etiqueta de “grande revelação da música irlandesa tradicional”. Poderiam sê-lo, na realidade. Para tal, bastaria o facto de contarem nas suas fileiras com Arty McGlynn (o homem tem o dom da ubiquidade), o mago da guitarra contrapontística, e Gerry O’Connor, (Lá Lugh, Skylark) não menos assombroso, no banjo e no violino. Afinal, perdem-se. Não nos temas tradicionais, onde a prestação instrumental é imaculada, mas nas composições pessoais, onde o vector tradicional é totalmente posto de parte, em favor da energia dos “rhythm ‘n’ blues” de batida infernal, no atropelo de “Work Together”, da pop roçando à tangente na tradição, de “Another irish rover” ou em baladas que passam sem deixar marcas, como “Joh”. Pouco, para uma banda com as suas potencialidades, ainda por cima com sentido de humor, como dão a entender em “The Kilfenora sexy jig”. (6)

Four Men And A Dog – “Shifting Gravel”

pop rock >> quarta-feira, 09.06.1993
WORLD


Four Men And A Dog
Shifting Gravel
CD Special Delivery, distri. MC – Mundo da Canção



A música tradicional dá pano para mangas, é verdade, mas nem toda a indumentária lhe fica bem. Os Four Men and a Dog, incensados pela, por vezes suspeita, “Folk Roots” (o álbum de estreia “Barking Mad” foi considerado álbum do ano por esta revista), chegam ao segundo álbum aureolados com a etiqueta de “grande revelação da música irlandesa tradicional”. Poderiam sê-lo, na realidade. Para tal, bastaria o facto de contarem nas suas fileiras com Arty McGlynn (o homem tem o dom da ubiquidade), o mago da guitarra contrapontística, e Gerry O’Connor, (Lá Lugh, Skylark) não menos assombroso, no banjo e no violino. Afinal, perdem-se. Não nos temas tradicionais, onde a prestação instrumental é imaculada, mas nas composições pessoais, onde o vector tradicional é totalmente posto de parte, em favor da energia dos “rhythm ‘n’ blues” de batida infernal, no atropelo de “Work Together”, da pop roçando à tangente na tradição, de “Another irish rover” ou em baladas que passam sem deixar marcas, como “Joh”. Pouco, para uma banda com as suas potencialidades, ainda por cima com sentido de humor, como dão a entender em “The Kilfenora sexy jig”. (6)

Four Men And A Dog – “Maybe Tonight”

(público >> y >> world >> crítica de discos)
04 Abril 2003


FOUR MEN AND A DOG
Maybe Tonight
Hook, distri. MC – Mundo da Canção
8|10



Apesar de uma capa de uma indigência confrangedora e de uma desnecessária, embora gorda de carnes, enésima versão de “Music for a found harmonium”, dos Penguin Cafe Orchestra (o tema, de tão recriado pelo atual universo folk, corre o risco de vulgarizar-se), “Maybe Tonight” convida a uma noite de farra. E por falar em gordura de carnes, Gino Lupari continua com o corpo tão cheio como o seu talento de “entertainer” e guerreiro do “bodhran”. Os Four Men and a Dog não são um grupo folk como os outros. Há quem diga que não são um grupo folk, mas uma formidável máquina de ritmos com o objetivo único de entontecer e fazer dançar mesmo a múmia mais entorpecida (se tocarem hoje no Intercéltico como tocaram numa edição anterior deste mesmo festival, decerto que haverá estragos…). “Maybe Tonight” faz passar o “caterpillar” rítmico pelos “rhythm ’n’ blues”, “boogie”, os compassos balcânicos, a “country”, o “rockabilly” e os “reels” da casa, ingredientes de um “cocktail” planetário bebido na refrega de um “pub”. Há, porém, algo de genuinamente irlandês no modo como estes quatro homens fazem a festa e neste particular os “sets” de “jigs”, polcas e “reels” são exemplares da sua fidelidade às origens. Mas “Baby loves to boogie” aí está para nos dizer que a Irlanda desta “troupe” de folgazões não se esgota na geografia de uma ilha.