PÚBLICO QUARTA-FEIRA, 8 AGOSTO 1990 >> Videodiscos >> Pop
BRUCE HORNSBY & THE RANGE
A Night on the Town
LP e CD, RCA, distri. BMG
O homem tocou em bares, esteve quase a tornar-se “new ager” para a editora Windham Hill, recebeu prémios Grammy em 1986 (revelação do ano) e 1989 (melhor disco de “bluegrass”). Trabalhou com Don Henley, Charlie Haden, Neville Brothers, Cheap Trick, Sting, Don Dixon, Bruce Springsteen, Nitty Gritty Dirt Band, Leon Russell, Paul Simon, Shawn Colvin, Bob Dylan, Elton John, Crosby, Stills & Nash, Grateful Dead, Herbie Hancock, Bob Seger, Branford Marsalis, B. B. King e Lou Reed. Com certeza que sabe fazer o pino e cozinhar. Americano, de 35 anos, gosta de praticar tiro com arco e de conduzir jipes. Recebeu educação esmerada na escola de música em Berklee, na Universidade de Miami. Deseja corresponder-se com menina entre os 20 e os 45 anos, saudável, de preferência de aspecto semelhante à da capa, para fins sérios. Enviar foto de corpo inteiro. Bruce, pelo aspecto xunga que afivelaste na fotografia da citada capa, não te auguro grande pescaria. Pois é, se um currículo fosse garantia de boa música, o disco seria uma obra-prima. Infelizmente não basta o diploma. Da primeira à última canção, “A Night on the Town” é um disco medíocre, sem ponta por onde se lhe pegue, igual aos quilos de entulho que fazem as delícias das rádios FM. Escapam os textos, histórias americanas de personagens perdidas em cidades esquecidas e estradas poeirentas. Pequenos grandes dramas a merecerem melhor acompanhamento musical. Nem as presenças do Grateful Dead Jerry Garcia, do saxofonista dos Weather Report, Wayne Shorter, e da voz de Shawn Colvin, salvam o disco de uma confrangedora sensaboria. Vai vender.