Arquivo da Categoria: Pós-Rock

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #173 – “‘Music is a Hungry Ghost'”

#173 – “‘Music is a Hungry Ghost'”

“Music is an Hungry Ghost”
Fernando Magalhães
Thu May 13:38:42 2001

Ouvi ontem na íntegra o novo “Music is an Hungry Ghost”, dos TO ROCOCO ROT com I-SOUND.
Álbum estranhíssimo e mais abstracto – como dizia o Mário Z há dias – que os anteriores trabalhos do grupo alemão.
Alguns temas fizeram-me lembrar os… SUICIDE (!), a música é hipnótica de uma maneira estranha, oleosa, um pouco à maneira dos Pan Sonic, embora a electrónica dos TRR não tenha nada a ver com a dos finlandeses.
Os Cluster e os Can, claro, continuam a ser as influências kraut mais visíveis, mas com este disco os TO ROCOCO ROT (por influência de I-Sound?) criaram um nicho de absoluta originalidade no seio da música electrónica contemporânea.
Para já, nota provisória de 8/10.

FM

PS-Fraco, o novo de BRIAN ENO com J. PETER SCHWALM. Chill out convencional. Salva-se a voz de Laurie Anderson num dos temas, num disco que em mais do que um tema faz lembrar algumas divagações recentes de Holger Czukay (dos Can) que, aliás, também participa no álbum.

Intervenções Públicas #7 – bar MARR – Setúbal 14.03.2001

#7 – bar MARR – Setúbal 14.03.2001


Bar “MARR” – Sessão Nº 7 – Setúbal, 14 de Março, 2001

2001-04-13 . MARR by luisje on Scribd




Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #166 – “Labradford, Ikeda, Ocsid”

#166 – “Labradford, Ikeda, Ocsid”

Labradford, Ikeda, Ocsid
Fernando Magalhães
Tue Feb 13 14:30:40 2001

Comecei hoje de manhã a ouvir o novo “Fixed::Context”. Apenas a primeira (longa) faixa. Continuam ambientais qb, a insistirem numa mesma linha de guitarra David Gilmouriana de “Wish you Were Here” (Pink Floyd) e a criarem espaços de contemplação únicos no panorama do pós-rock. Digamos que, pelo menos a julgar pelo ex. desta 1ª faixa, conseguem num ápice criar o tipo de ambientes que os Sigur Rós, na minha opinião, por mais que se esforcem (lamento, mas n/consigo gostar do disco…), apenas conseguem aflorar. Em comparação “Fixed::Context” os islandeses soam a uma banda de heavy-metal, passe o exagero.
Deu ainda para reparar que as duas faixas seguintes começam com guitarras de cristal e que a última será, por ventura, a mais electrónica. Hoje, audição completa.

Por falar em electrónica, estive a ouvir ontem, à noite uma disco interessantíssimo de uns tais OCSID (“Opening Sweep”, na Ash International), trio do qual faz parte o Graham Lewis, dos Wire e He Said. É um longo tema de 75 minutos que recupera parte dos ambientes da discografia a solo de outro ex-Wire, o Bruce Gilbert, espécie de drone sombra, atravessada por grooves longínquos, samples de vozes distantes e súbitas explosões de electronica abstracta. “Leisure Zones”, do Burnt Friedmann, andará lá perto, mas este CD dos OCSID é mais amplo, variado e perturbador.

Ainda ouvi por alto o “Matrix” (ed. Touch), do japonês RYOJI IKEDA, 3ª parte de uma trilogia. O exemplar que recebi é duplo, apenas ouvi o 2º CD, mais curto. Música próxima do novo dos Pan Sonic, ainda mais fria e minimalista. Mas estive a ler as notas relativas ao 1º CD e nelas se refere que o músico criou uma espécie de arquitectura sónica 3D que muda, consoante a posição do auditor na sala/local de escuta, dando a revelar de cada vez facetas inesperadas das composições. Promete.

Saudações

FM

PS-Sexta, à chegada a casa, n/houve, felizmente, retaliações… 🙂