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Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #142 – “Melhores de 2002 (até agora___) (FM)”

#142 – “Melhores de 2002 (até agora___) (FM)”

Fernando Magalhães
21.11.2002 190750
Por ordem alfabética:

AMON TOBIN: Out from out Where
BIOSPHERE – Shenzhou
CARLOS BARRETTO TRIO – Radio Song
CHUCK E. WEISS – Old Souls & Wolf Tickets
GIANLUIGI TROVESI – Dedalo
PASCAL COMELADE – Psicòtic Music’Hall
PETER HAMMILL: Clutch
ROSCOE MITCHELL & THE NOTE FACTORY – Song for my Sister
SPRING HEEL JACK – Amassed
STEPHAN MICUS – Towards the Wind
Vários – A New Guide to Sound Sculpture and Invented Instruments
Vários – Spike, Works from BEAST, Vol.1
WAYNE SHORTER – Footprints Live!

De 2001, ouvidos em 2002

DAVE DOUGLAS – Witness
DAVE HOLLAND – Not for Nothin’
JAMES EMERY, JOE LOVANO, JUDI SILVANO, DREW GRESS – Fourth World
KRISTIN HERSH – Sunny Border Blue
LOUIS SCLAVIS – L’Affrontement des Prétendants
MYRA MELFORD & MARTY EHRLICH – Yet Can Spring
PRESENT – High Infidelity
STEUART LIEBIG – Pomegranate

Os 2 melhores já estão escolhidos. 1º lugar para os SPRING HEEL JACK, 2º para o GIANLUIGI TROVESI.

É provável que acabem por também entrar na lista a MARY TIMONY e o FENNESZ.

Continuo sem ouvir o “St.Arkansas”, dos PERE UBU, um potencial candidato aos lugares cimeiros… o_O

FM

Bruno B.
21.11.2002 200818
A New Guide to Sound Sculpture and Invented Instruments

Queres-me falar melhor deste disco? É tipo aquele triplo “The Early Gurus of Electronic Music”? Quem distribui?

Fernando Magalhães
22.11.2002 160432
É do mesmo tipo, sim, embora seja um CD simples, nada de tão extensivo como o “Ohm”.
A música varia bastante e soa quase sempre “alien” – eletrónica, sons concretos, sonoridades exóticas misturam-se num novelo por vezes de extraordinária beleza e densidade. Atenção: é eletrónica que soa mais a “erudita” do que a “popular” (interpreta isto como quiseres, LOOL, Fennesz, por ex., apesar de muito bom, é “popular”…). Dos vários nomes presentes, conhecia apenas o DAVID TOOP (mas o que ele faz aqui é diferente do que se podia ouvir no disco que gravou há muitos anos para a ed. Obscure, do B. Eno, “New and Rediscovered Musical Instruments”, de parceria com o MAX EASTLEY).

A outra coletânea, do estúdio “B.E.A.S.T.” é eletrónica de outro tipo: Mais acessível mas repleta de achados tímbricos e de originalidade. Mais “expressionista” e menos “abstrata”, se quiseres.

NOTA: Por falar em eletrónica: cada vez gosto mais de “Void in”, do russo ANDREI SAMSONOV (ed. Mute). Aqui é difícil distinguir o erudito do popular, o analógico do digital…

FM

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #130 – “Chicago Underground Orchestra na Gulbenkian (Pedro_M)”

#130 – “Chicago Underground Orchestra na Gulbenkian (Pedro_M)”

Fernando Magalhães
05.08.2002 170530
Uma deceção. A ideia geral que me ficou foi a de estarmos perante uma banda de aquecimento, de simples acompanhantes, à espera de um qualquer genial solista que arrancasse a música daquela modorra…

Foi irritante ver tanto medo de arriscar uma nota a mais, um qualquer arremedo de criatividade.

Fiquei sem perceber muito bem o que estava ali a fazer o vibrafone…

Salvaram-se alguns instantes em que o Mazurek conseguiu criar ambientes de um certo lirismo, quando resolvia tocar quase em surdina… Mas soube a muito pouco…

Enfim, estou de férias, perdi (e parece que perdi muito…) o concerto do FRED ANDERSON c/ o HAMID DRAKE. Estarei de novo no anfiteatro na próxima 4ª-feira, para a Marilyn Crispell.

saudações

FM

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #124 – “aquisiçoes, obrigado Fernando e, jà agora… (Jorge Silva)”

#124 – “aquisiçoes, obrigado Fernando e, jà agora… (Jorge Silva)”

Jorge Silva
11.07.2002 160409
ajudas-me aqui?,
indica-me os dois ou 3 melhores discos de cada um dos nomes q vou lançar:
robert fripp,
julian cope,
yes,
peter hammill,
syd barrett,
jefferson airplane,

vi um disco do daevid allen chamado “banana moon”, com o robert wyatt, vale a pena?

obrigado, sol para todos!

Fernando Magalhães
11.07.2002 170507
Ok. sempre às ordens! 🙂 :O

Ora bem, então apanha aí:

ROBERT FRIPP: Exposure (estreia a solo, com fabulosos participações vocais do…Peter Hammill)

God Save the Queen/Under Heavy Manners (com o David Byrne. Um senão – não existe em CD…)

JULIAN COPE: “Interpreter”, sem sombra de dúvida. Cada vez gosto mais deste disco (o 8/8 que lhe dei na altura peca, e muito, por defeito…). O espírito do krautrock para o séc. XXI. Sempre que o ouço, dá-me vontade de desatar aos saltos!
O tema “spacerock with me” arrasa toda a concorrência!

O “Peggy Suicide”, “Jehovahkill”, “Autogeddon” e “20 Mothers” não me lembro se são 20…:D) são muito bons, também…

YES: Mais pop: “Yes” e “Time and a Word”

Mais rock: “The Yes Album” (muito king Crimsoniano, por vezes…); “Relayer”.

mais prog e classizante: “Close to the Edge” (o álbum clássico dos Yes), “Tales from Topographic Oceans” (p/mim uma das obras máximas do grupo, mas quase toda a gente destesta e chama-lhe “pretencioso”, “balofo”, etc… :D)

SYD BARRETT. Não há muito por onde escolher. “The Madcap Laughs” e “Barrett”…

PETER HAMMILL. Aqui o caso muda de figura, tantas são as obra-primas. Tens um livro para apontar? 😀 🙂

Há, porém, um que se destaca: “In Camera” – equivalente, em registo solo, ao “Pawn Hearts”. O “1º lado” é uma coisa indescritível, temas como “Tapeworm” provam que o homem pode ter a dimensão do universo e explodir num holocausto de estrelas.
A sequência final de 17min. “Gog/Magog (In bromine chambers)” é a banda sonora do Apocalipse. A letra é qualquer coisa de épico, a música, bem…a música…na altura a crítica falou de uma orquestra de “ruído branco”. A parte final, descreve-a o próprio PH como “música concreta”. Que o é de facto. Quando as vozes aparecem, totalmente filtradas e esmagadas eletronicamente, é impossível não sentir um arrepio. Um monstro a enrolar-se na mente. A desumanização nos confins da galáxia e do cérebro.

Mas há mais.

“Over” (o disco dos discos dos corações despedaçados)

“The Silent Corner and the Empty Stage” (mais VDGG)

Numa linha eletrónica: a “trilogia” “The Future now”, “PH7” e “A Black Box”.

Como curiosidade, tens as duas versões (o PH procedeu a uma “correção”…) da ópera “The Fall of the House of Usher”, inspirada na obra homónima de Edgar Allan Poe.

O principal “problema” da obra do PH é que funciona como um livro, em que cada álbum é, de certa forma, um novo capítulo que prolonga o anterior. Um “work in progress”, musical e poético ímpar nos tempos de hoje, que já dura há 30 anos! (na Mojo, poem o tipo ao nível do Zappa e do…Picasso e chamam-lhe o maior génio da música inglesa do último século!).
Entrar a meio pode causar uma certa perplexidade.

JEFFERSON AIRPLANE: “After Bathing at Baxter’s”, “Surrealistic Pillow” e “Crown of Creation”.

O “Banana Moon” é bom, no capítulo das excentricidades desbragadas. Tens também o “N’Existe Pas” e o mais recente e delicioso “Now is the Happiest Time of our Lives”.

FM