Beggars Opera – “Waters of Change”

18.07.1997

Beggars Opera
Waters of Change (8)
Repertoire, import. Torpedo

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Editado pela primeira vez em 1971, com capa de abrir, na mítica série do rótulo em espiral da Vertigo, “Waters of Change” é o segundo álbum desta banda escocesa, que chegou a actuar em Portugal, no cinema Monimental, num dos primeiros concertos rock realizados no nosso país. O primeiro, “Acto One”, também com selo Vertigo, apresentava versões “progressivas” de temas clássicos, numa linha idêntica à de grupos como os The Vice, Emerson, Lake & Palmer, Ekseption e os primeiros Egg. Esta opção viria, porém, a ser substituída por um som mais original, embora ainda receptivo aos tiques então conotados com o progressivo (vocalizações teatrais, virtuosismo “sinfónico” dos teclados, longas derivações em torno de uma única frase musical, invenção temática o mais distante possível da realidade do dia-a-dia).
Mas os Beggars Opera, cujo apogeu criativo cessaria após este álbum, tinha a enorme vantagem de terem no vocalista Martin Griffith e no guitarrista Ricky Gardiner dois bons e versáteis compositores, cujos talentos se estendiam desde o tom vagamente medieval de “Lament” e a fuga classizante de “Silver peacock” (entre os Amazing Blondel e os ELP), ao épico genesiano “The fox”, passando por melodias directas e memoráveis como “time machine” e “Festival”, ou ainda derivando para o ambientalismo misterioso de “Nimbus”, marcado pelo “mellotron” de Virginia Scott. “The times theya are a-changin…” cantava Dylan. Os Beggars Opera mudaram cedo demais, deixando pelo caminho um dos álbuns mais sugestivos da Vertigo.

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