Pop-Rock Quarta-Feira, 06.11.1991
NITZER EBB
Ebbhead
LP / CD, Mute, distri. Edisom
Música a músculo. Para os Nitzer Ebb, Douglas McCarthy e Bom Harris, cada disco é uma prova de força. E de poder. “Ebbhead” é tão poderoso e militarista quanto os anteriores “That Total Age”, “Belief” e “Showtime”, tendo sobre estes a vantagem de ser mais subtil. Subtileza que os afasta de vez da síndrome rítmica DAF que sempre os perseguiu (notória ainda em temas como “Time” e “Ascend”), impelindo-os para paragens bem mais variadas. Tão cruelmente dançável como os anteriores (“Family man” arrisca-se mesmo a intoxicar as discotecas), “Ebbhead” aposta, porém, numa maior complexidade dos arranjos e num registo vocal que, desta vez, se situa perto das contorções épicas de Jim Thirlwell (Foetus). Os computadores e as máquinas de ritmo tornaram-se mais delicadas. O discurso do poder permanece, saturado do veneno, martelado pela repetição de palavras de ordem e a exposição de uma ou outra atrocidade. Os Nitzer Ebb prosseguem a guerrilha. Exterminadores agora menos implacáveis. (7)