Vários – “Rock de Roque do dia para a noite” (TV | RTP | programas televisivos de música)

PÚBLICO SEXTA-FEIRA, 30 MARÇO 1990 >> Local
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Rock de Roque do dia para a noite



“HAJA MÚSICA” vai mudar. Já para a semana. Quem quiser ver e ouvir falar de música às sextas-feiras vai ter de esperar até ao final da emissão da RTP. O programa será apresentado logo a seguir ao “Rotações” e Manuel Jorge Roque promete alterações de fundo. A abrir a emissão de hoje, última desta série, um clip dos The Mission, “Butterfly on Wheel”, psicadélico como convém, cheio de flores, borboletas, velas funerárias e paisagens outonais. Manuel Roque, entusiasmado como sempre, chama “rock feiticeiro” à música da banda. Há quem prefira a alternativa de “rock foleiro”. Os Del Amitri surgem a seguir, mais comedidos nas imagens e bem mais interessantes em termos musicais. Não faltam, claro, as notícias da ordem. Teresa Maiuko no Chafarix, a abertura da Queima das Fitas em Coimbra, que neste ano apresentará bandas ao vivo para todos os gostos, o festival “Rock in Rio” e os próximos concertos dos GNR em Lisboa serão os temas tratados neste bloco informativo. E chega a altura de Roque passar ao rock português, com mais notícias acompanhadas de bocadinhos de clips, alguns novos, outros tirados da poeira das prateleiras. Os Afonsinhos do Condado abandalham o esquema, como é seu hábito e até lhes fica bem, com “Sambinha para Gorbatchov”, o gorduchinho e carequinha, como chamam, embevecidos, ao camarada herói. Os Sétima Legião tocam “El-Rey D. João VI”, alternando música renascentista com desbunda “Pogues”. Jorge Palma mostra-nos como é “Frágil”, acompanhado de imagens noturnas e desérticas da Baixa lisboeta, simples e bonitas. Os Ban aparecem em pose de mortos-vivos a cantar “Suave” e os Xutos e Pontapés interpretam “Se me amas” com a energia do costume. A segunda parte do programa é quase totalmente ocupada por um “especial” David Bowie, a propósito do lançamento, entre nós, da coletânea “Changes Bowie” e da futura reedição de toda a sua obra discográfica. Excertos de videoclips antigos, imagens de arquivo e os comentários hesitantes de Ana Pinto Coelho passam sucintamente em revista as principais fases da carreira do músico. Indesculpável é não se fazer qualquer referência à fase eletrónica de Bowie e a álbuns seminais como “Low” ou “Lodger”, nem sequer se aludindo à sua colaboração com Brian Eno. As coisas vão melhorar para a semana, com mais informação e um espaço dedicado à música independente.
Canal 2, às 18h30

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