pop rock >> quarta-feira, 17.11.1993
The Alan Parsons Project
Try Anything Once
BMG, distri. BMG
Não fora a boa produção, o que não admira, tratando-se, como é o caso, do produtor de “The Dark Side of the Moon”, e “Try Anything Once” seria a nulidade completa. Ah, sim, escapa também a qualidade fotográfica das imagens do folheto, na mesma linha das de “Wish You Were Here”, agora com corpos pendurados na vertical, à laia de peças de talho, a pretenderem ser surrealistas À maneira de Magritte. Alan Parsons até entrou bem quando começou a assinar discos como compositor, com umas “Tales of Mystery and Imagination”, inspiradas em contos de Edgar Allan Poe, góticas e com alguma originalidade. Depois foi-se afundando a pouco e pouco, à medida que os bolsos, a pouco e muito, se foram enchendo. E alegremente se chegou a mais este álbum conceptual sobre não se percebe bem o quê que um tal Mr. Miles atravessa e lhe provoca grandes dúvidas e sofrimentos existenciais. A música, chamemos-lhe assim, está alinhada entre os Supertramp e a escória dos efeitos especiais que sobraram dos discos dos Pink Floyd. A salpicarem canções MOR (“middle of the road”) que procuram apelar ao gosto consumista dos “tops” americanos e que ou nos enganamos muito ou vão mesmo consegui-lo. (1)