pop rock >> quarta-feira, 24.03.1993
Bryan Ferry
Taxi
LP / MC / CD Virgin, distri. Edisom
Para entreter enquanto não sai o novo de originais, Ferry, o galã “chic” e decadente que veste “Comme des Garçons”, voltou a apostar na fórmula “álbum de versões”, já seguida, de resto, anteriormente, em “These Foolish Things” e “Another Time Another Place”, com resultados por vezes brilhantes. Só que desta feita pouco se aproveita, sendo demasiado visível que Ferry se limitou a assinar o ponto, num disco totalmente falho de paixão, coisa que deveria estar sempre presente quando se trata de cantar as canções do próximo, e que ele parece ter guardado para o próximo disco. “Taxi” acumula truques de produção, batidas “disco” enjoativas e interpretações que, não raras vezes, roçam a sonolência. Mais valia ter ficado quietinho ou ter-se limitado a um “single”. Até há uma versão engraçada, levezinha, de “All Tomorrow’s Parties”, que servia bem para o efeito. Entre os convidados isentos de bandeirada estão Robin Trower, Chris Stainton, David Sancious, o português Luís Jardim, Flaco Jimenez, o antigo companheiro nos Roxy Music Andy MacKay e dois velhinhos King Crimson, Mel Collins e Mike Gilles. Bryan Ferry define-se como um perfeccionista. Se “Taxi” é o que ele entende por perfeição, vou ali, já venho. Chamada ao telemóvel número… (4)