Pop Rock >> Quarta-Feira, 14.10.1992
ESCRITOR DE CANÇÕES NO PORTO
“Sérgio Godinho – Escritor de Canções”, espectáculo apresentado pela primeira vez há dois anos, na capital, volta a ser encenado, desta feita no Porto, na sexta-feira, às 21h45, no Teatro Rivoli. À semelhança das anteriores apresentações, “Escritor de Canções” vai mostrar a cenografia de João Calvário, o desenho de luz de Paulo Graça e o grafismo de Luís Miguel Castro, com produção de Paulo Pulido Valente e direcção de Ricardo Pais. Acompanham Sérgio Godinho, em palco, Manuel Faria, nos teclados, e Nani Teixeira no baixo. “Sérgio Godinho – Escritor de Canções” tem o patrocínio do Pelouro de Animação da Câmara Municipal do Porto e a colaboração de “MC – Mundo da Canção”.
Faz todo o sentido esta visita de Sérgio Godinho ao Porto, só pecando por tardia. Sérgio Godinho é natural desta cidade mas foi preciso esperar dois anos para se assistir ao regresso do filho pródigo, com um espectáculo que passou por algumas localidades portuguesas, entre as quais Coimbra e Chaves, e outras menos, como Macau e Goa.
Por uma razão ou por outra, “Escritor de Canções” não chegou ao Porto antes, em parte devido a uma impossibilidade física (um grupo de teatro que então utilizava o edifício), embora isso não justifique tudo. Passado o tempo, que nunca se sabe se será o certo, passou a oportunidade.
Sérgio Godinho empenhou-se, entretanto, no cinema e na realização de três curtas metragens, com o genérico “Ultimacto”, intituladas “Entre Mortos e Vivos”, “A Reconstrução” e “SOS Stress”, a apresentar na RTP1 em três quintas-feiras consecutivas, a partir do próximo dia 12 de Novembro. Em Dezembro, o compositor e um dos “sobreviventes” da época de ouro da música popular portuguesa entrará em estúdio para a gravação de um novo álbum, primeiro de originais desde “Aos Amores”, gravado em 1989.
Enquanto não chega esse novo volume de histórias do quotidiano, mistério e imaginação, fica este intervalo de conversa entre amigos, no despojamento e na encenação discreta de canções antigas. Uma conversa que, no Porto, já tardava.