Pop Rock >> Quarta-Feira, 01.07.1992
MICHAEL BROOK
Cobalt Blue
CD 4AD, distri. MVM
Aluno da escola “Eno”, ao lado de nomes como Jon Hassell e Harold Budd, Michael Brook difere destes no descomprometimento que mantém em relação a “estilos” ou orientações estéticas particulares: a ligação ao “étnico” no caso de Hassell, a refer~encia ao minimalismo expressionista de Erik Satie, no caso de Budd. Inserido de forma natural na imensa catedral das “músicas de fusão”, Michael Brook recolhe elementos de um e de outro, deles diferindo na maneira como privilegia a diversidade em detrimento da unidade. Na prática, “Cobalt Blue” prolonga por áreas mais directamente conotáveis à “world music”, expressas de resto de forma directa em títulos como “Andean”, “Lakbossa” ou “Hawaii”, o universo electrónico do anterior “Hybrid”. A “infinite guitar” de Brook paira sobre as percussões que ora insistem na hipnose de uma “raga” indiana ora levitam nas cintilações de um vibrafone. Música ambiental de mundos imaginários, “Cobalt Blue” conta com a colaboração dos irmãos Eno e de Daniel Lanois, companheiros do guitarrista nesta incursão sem fim pels esferas do onírico. (8)