Pop Rock
29 Janeiro 1997
poprock
Arlo Bigazzi
Polvere Nella Mente
MATERIALI SONORI, DISTRI. MEGAMÚSICA
A atividade editorial da italiana Materiali Sonori tem-se repartido pela reedição do Progressivo, dos anos 70 (Embryo, Third Ear Band), 80 (Arturo Stalteri, Tuxedomoon, Cüdü) e 90 (Nicola Alesini com Pier-Luigi Andreone), trabalhos conceptuais com dedicatória (a Frank Zappa e Nino Rota, por exemplo) e pelas margens do ambiental (Roger Eno). Com menos projeção mediática mas, quase sempre, bem mais interessantes do ponto de vista artístico, estão diversos álbuns por músicos italianos em áreas de catalogação difusa, nas margens da fusão, do ambienta, do jazz, da música improvisada e da contemporânea. Arlo Bigazzi, manipulador de samplers e mesa de mistura e produtor da maioria destes trabalhos, revela em “Polvere Nella Mente” as suas conceções próprias. Para tal, convocou para este disco cinco guitarristas, entre os quais Paolo Lotti (autor de um interessantíssimo álbum de guitarra solo, com o título “Nuda Soliotudine”) e Fabio Capanni, o percussionista Bebo Baldan, o pianista Arturo Stalteri, entre outros. Apesar das conotações subversivas do título, “Polvere Nella Mente” pretende ser uma recriação original da música nativa de vários povos da América mas fica-se por uma sucessão, por vezes monótona, de combinações instrumentais pachorrentas, nas quais cada instrumentista parece estar a fazer o trabalho de casa. Vêm ao espírito paisagens de colorido semelhante, de Benjamin Lew, Hector Zazou ou Peter Principle, mas a amplitude de visão proporcionada por este italiano é de bastante menor alcance. Interessante mas académico em demasia. (6)