Pop Rock
26 Fevereiro 1997
Jean Michel Jarre
Oxygène 7-13
DREYFUSS, DISTRI. SONY MUSIC
Se Mike Oldfield fez a remodelação de “Tubular Bells”, por que o que o marido de Charlotte Rampling e filho do compositor Maurice Jarre não podia fincar o dente na continuação do seu “Oxygène”, álbum que em 1976 fez algum furor no mundo da música electrónica? Se assim pensou, Jean Michel Jarre pior o fez. Vinte e um anos depois, as partes seis a 13 que o teclista – que ao vivo toca para milhões – decidiu acrescentar às seis do primeiro disco são de uma indigência que chega a envergonhar. Alinhando na vaga de regresso à tecnologia analógica, Jarre limpou a poeira aos vetustos sintetizadores VCS3 e ARP 2600, mas é caso para dizer que o homem não esteve à altura das máquinas. Não é nem música de dança, o desculpará toda a face recente da sua discografia, nem, muito menos, o exotismo e ambientalismo de “Zoolook” (com Laurie Anderson e Adrian Belew) e “Waiting for Cousteau” (com uma faixa de 40 minutos de sons subaquáticos numa linha enoiana), mas uma pastilhada sem qualificação. “Bum bum bum”, abaixo do disco sound, abaixo dos Space, abaixo de cão. A capa, com um efeito em três dimensões, está bem esgalhada. (1)