Pop Rock
20 de Novembro de 1996
world
Alain Pennec
Alcoves
KELTIA, DISTRI. MC-MUNDO DA CANÇÃO
Alain Pennec é um nome a juntar aos de John Kirkpatrick, Kepa Junkera, Riccardo Tesi, Mairtin O´Connor, Sharon Stone e Maria Kalaniemi, na lista dos melhores tocadores de acordeão e concertina da actualidade. A sua aprendizagem processou-se tanto enquanto solista, como integrado em grupos de “sonneurs” (tocadores de bombarda e “cornemuse”) ou nas “bagads”, de maior dimensão. À semelhança da quase totalidade dos nomes citados (a excepção é Kirkpatrick), o bretão socorre-se do virtuosismo, da multiplicidade de técnicas estilísticas e da opção por um reportório geograficamente diversificado, como forma de superar a pouca elasticidade tímbrica do instrumento. Em “Acolves”, além do acordeão diatónico, Pennec toca bombarda e ocarina, com acompanhamento da guitarra acústica de Soїg Siberil e o piano de Pierre Nicolas e Rachel Goodwin. Os 13 temas incluem “hanter-dros” e “An dros”, um tema inspirado numa viagem a Zagreb, uma “marche des lutteurs”, uma “Gavotte bigoudène”, um “pilé-menu” (forma de an-dro), um “jig” inspirado numa sequência harmónica de “blues”, “airs”, um “strathspey” seguido de “reel”, um “laridé” e uma adaptação do “Prélude, opus 18” de César Franck, além de originais compostos pelo próprio Pennec. Com arranjos invulgarmente imaginativos e imaculados ao nível da execução, sugerimos a quantos torcem o nariz só de ouvir falar em “acordeão” que comecem por ouvir “Bluejig”. Para perceber que o acordeão pode ter o “swing” no corpo. Ou por “Ardran ti me zod hanter dro an dro”. Para perceber que o acordeão pode ter sangue azul e a sensibilidade de um trovador. (9)