Peter Hammill – “X My Heart”

Pop Rock

3 de Abril de 1996
Álbuns poprock

Peter Hammill
X my Heart
FIE, IMPORT. LOJAS VALENTIM DE CARVALHO


ph

Não há um acorde inovador, um arranjo que obrigue a carregar no “repeat”, uma letra que dê a conhecer novos recantos da mente, nem sequer um músico diferente. E, no entanto, voltamos uma e outra e outra vez a ouvir e a comprar “o último Peter Hammill”. Sabe-se que, nunca mais desde “A Black Box”, o ex-líder dos Van der Graaf Generator voltou a gravar álbuns com a grandiosidade de “The Silent Corner and the Empty Stage”, “The Future Now” ou o genial “In Camera”. Talvez a idade, talvez um certo cansaço de permanecer eternamente nas preferências exclusivas de uma (larga) minoria, a verdade é que Hammill criou um nicho e aí se deixou ficar, lançando com regularidade no mercado álbuns que parecem não arranjar outro espaço senão aquele que tem reservado nas estantes dos incondicionais da sua obra. “X my Heart”, um achado no título e na apresentação, recupera a mesma fórmula dos últimos anos, mais próximo de “Fireships” que do anterior “Roaring Forties”, alternando baladas intimistas, no embalo de um piano de toque cada vez mais delicado, com sequências de maior energia, em que o saxofone do seu companheiro de sempre, David Jackson, transporta reminiscências do antigo som de grupo. Ao nível dos poemas, Hammill continua a debater-se com a problemática do Tempo, numa procura desesperada de um sentido e de uma serenidade sempre precários, aqui enunciados com a indiferença apaixonada de um mestre zen, no tema que abre e fecha este coração em chaga, “A better time”. Na primeira versão, elevando-se em arco na religiosidade de uma vocalização “a capella”. O velho Narciso, ainda e sempre, encarando de frente o espelho. (8)



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