Arve Henriksen – Chiaroscuro

22.10.2004
Arve Henriksen
Chiaroscuro
Rune Grammofon, distri. Dargil
7/10

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Branca e acariciante como a neve, a música do trompetista e compositor norueguês Arve Henriksen possui aquela propriedade rara de fazer feliz quem a ouve. Henriksen faz parte dos Supersilent e tocou com músicos de jazz contemplativos como Jon Balke e Anders Jormin mas “Chiaroscuro” tem mais a ver com os universos orgânicos de Jon Hassell, o silêncio de Brian Eno e a espiritualidade zen do que com quaisquer calorias jazz. Como Hassell, Henriksen faz sair da trompete um som vocalizado que submete a uma série de processamentos sonoros ou ainda a live sampling, por um dos seus companheiros neste disco Jan Bang (o terceiro é um percussionista). Mas onde as paisagens criadas por Jon Hassell são selvas povoadas por criaturas meio biológicas meio digitais, em Henriksen o horizonte é dominado por uma religiosidade serena à qual os cânticos em falseto, por vezes indistinguíveis da electrónica, acrescentam ainda maior elevação. “Chairoscuro” insinua-se suavemente na alma, com as suas canções sem palavras e as suas pulsações de azul e diamantes, quase imperceptíveis.

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