Genesis – Calling All Stations

19.09.1997
Genesis
Calling All Stations (3)
Virgin, distri. EMI-VC

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Numa altura em que os dinossauros estão prestes a regressar pela mão de Steven Spielberg, no segundo capítulo da saga do seu Parque Jurássico, o mundo volta a ser atacado por um dos espécimes mais resistentes e perigosos, o temível Genesiossauro, um dos maiores predadores dos charts. “Calling All Staions” aí está para cavar mais uma estaca no coração daquela que foi uma das bandas mais originais e criativas dos anos 70. Anthony Philips foi-se embora. Peter Gabriel despediu-se. Steve Hackett fartou-se. Ficou o tio Collins, que, por fim, também se fartou. Ficaram Mike Rutherford e Tony Banks. Com as mãos a abanar e uma tarefa por cumprir. Os Genesis, para mal dos nossos pecados, têm que continuar. Ouvidos 35673420 candidatos, foi escolhido um Ray Wilson, ex-Stiltskin, cuja voz – oh espanto e danação! – faz lembrar, em temas como “Congo”, a de Peter Gabriel. Aliás este e outros temas de “Calling All Stations” repescam a mesma estética de batida tribal que Gabriel explorou nos seus trabalhos a solo, com a diferença de que a criatividade é nula. São onze temas que se arrastam e se auto-estimulam, na vã tentativa de, com o esforço, encontrar um caminho, qualquer que ele seja, que vá dar a algum lugar que não o das vendas. Tempos médios sucedem a tempos médios, os refrões esgotam-se nas mesmas fórmulas que os anos foram cristalizando. Os Genesis arrastam-se e arrastam-nos num longo bocejo. Ainda não é desta que matam o borrego. Que, aliás, já foi morto. Há muitos anos, na Broadway.

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