21.01.2000
Storm And Stress
Dstress (2/10)
Touch and Go, distri. Música Alternativa
“Arrumar em improvisação pós-rock” e “para os fãs de Gastr Del Sol, Jim O’Rourke e Derek Bailey” diz a folha de promoção da editora. Nós escolheríamos antes “aqui jazz o pós-rock, que descanse em paz”. Álbuns como o desta banda da qual faz parte o Ian Williams, baterista dos Don Caballero, uma das bandas menos interessantes do pós-rock da primeira geração, são interessantes sobretudo como carro-vassoura. Assimilam o lixo, que procuram reciclar como podem e sabem, mas do outro lado sai apenas e outra vez lixo. O que os Storm and Stress fazem neste seu álbum de estreia, gravado por Jim O’Rourke, o que já não serve de caução, é alinhavar sons soltos de guitarra, baixo e bateria convenientemente registados de forma crua (leia-se “som de garagem”, mas mais intelectual) com algum “feedback” pelo meio e remendos vocais que em “Na adress that was to skip ahead of the gallop of its own sperm and eggs and wait for itself in the future:2096” (belo título, sim senhor) fazem lembrar – e o grupo de Chris Cutler que nos perdoe… – os Cassiber, em “It takes a million years to become diamonds so let’s just burn like coal until the sky’s black” (belo título, sim senhor) os vagidos post-mortem de um vitelo imolado, em “1st” um sketch ébrio dos Bonzo Dog Doo Dah Band e em “forever, like anti-oxidants (listen to the sound our cells make)” (belo título, sim senhor) uma conversa telefónica de surdos-mudos. Chamar a isto pós-rock é ofensivo. O mais provável é os Storm and Stress terem esgotado a inspiração na escolha dos títulos.