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Pára-Raios prediais e ligação à terra de protecção (parte 4/4)

[… continuação]

Ligação à Terra

As normas obrigam que, em todas as instalações eléctricas, pelo menos um dos condutores seja ligado à terra.
Trata-se de uma medida de segurança contra choques eléctricos que podem pôr a vida das pessoas em risco.
Tal devia fazer-nos pensar a todos e, em consequência, tomar todas as medidas para ter uma ligação à terra de acordo com as normas de segurança, o que, infelizmente, não acontece em muitos casos, como veremos.

Mas o que significa ligar à terra?

A superfície da terra é electricamente neutra, isto é, apresenta um potencial eléctrico neutro.
Nos sistemas de distribuição da energia eléctrica, um dos fios do posto transformador que alimenta a nossa casa, é ligado à terra. Assim, um dos fios de alimentação que entra em nossas casas tem potencial eléctrico nulo, ou seja, não dá choque.
Trata-se do chamado fio neutro, azul se tudo estiver conforme a s normas.
Assim, mesmo com a instalação eléctrica a funcionar, se tocarmos apenas no fio neutro, como este está ao mesmo potencial (zero) dos nossos pés, que estão em contacto com aterra, não haverá movimento de cargas, isto é, não haverá corrente eléctrica através do nosso corpo, logo não há choque eléctrico.
No entanto, recomendamos que não faça esta experiência em casa, pois a pessoa que montou a sua instalação eléctrica, pode ter-se enganado ou não ter respeitado a convenção de cores para os condutores.

Há circuitos eléctricos em nossa casa que merecem, só por si, uma ligação à terra obrigatória, pelo perigo acrescido que podem representar. Exemplos: chuveiros ou duches eléctricos. Estes equipamentos podem, devido a qualquer problema, passar a corrente eléctrica com que trabalham para a canalização de toda a casa (uma vez que ela se encontra toda conectada entre si); é até uma situação fácil de acontecer, face ao facto de a água ser um bom condutor, podendo ser ela própria o instrumento de passagem. Aprofundando um pouco o tema, podemos dizer que a água, para ser aquecida tem de ficar em contacto directo com a resistência eléctrica do chuveiro e, como a água possui diluída sal mineral, isso ainda a torna mais condutora, logo mais perigosa.
Estão a ver, se isto acontecer, um pobre que abrir a torneira da cozinha, para beber um singelo copo de água, pode apanhar um “esticão”, pondo em causa a sua segurança, inclusive a sua vida.
Todo o cuidado é pouco.

Como Instalar o Fio de Terra

A secção do fio a usar deve ser a mesma que usamos no fio de fase, em cada um dos pontos do circuito.
O que se faz é introduzir em cada tubo da instalação eléctrica, um fio de terra, verde e amarelo, segundo as normas, juntamente com os fios para funcionamento normal da instalação.

Os Aparelhos e as Tomadas

Muitos dos equipamentos eléctricos que temos a funcionar em casas trazem, no seu interior, ligados às suas carapaças (partes exteriores metálicas) um fio de terra.
Uma continuação desse fio é depois trazido para o exterior através do cabo, que termina numa ficha macho, ficha essa que ligamos à tomada. Por sua vez, a tomada, é incorporada com o tal fio de terra que falámos antes, que segue até ao quadro de entrada da casa e, daí, para a terra/solo junto ao edifício.
Está, pois, tudo interligado, de forma a garantir-se um caminho para a corrente de fuga que pode surgir no equipamento e que, assim, segue desde a sua carcaça até à terra (solo circundante) do edifício, evitando que qualquer pessoa que toque na parte metálica exterior do equipamento, apanhe choque.
Mas isto só funciona na perfeição se todo o circuito de terra estiver em condições regulamentares, o que muitas vezes não acontece devido a falta de manutenção, que deve ser regular e não é.
Mas isso é um assunto que desenvolveremos adiante.
Por outro lado o(s) disjuntor(es) diferencial(ais) que deve(m) equipar o quadro eléctrico funcionam como mais uma protecção para este problema mas, mesmo esta, requer um bom circuito de terra para ser seguro a 100%.
Os disjuntores diferenciais já foram tratados em artigos anteriores (pesquise por favor, se estiver interessado).

Como norma, deverá usar sempre tomadas com terra (as de uso geral, ao contrário do que acontecia antigamente, e as de uso específico – máquina de lavar roupa, máquina de lavar loiça, chuveiro, fogão eléctrico, etc.).
Por outro lado, para além das carcaças dos equipamentos eléctricos, também a canalização, se metálica, deve ser ligada à terra.

Para saber se a terra de uma determinada construção está em condições, isto é, se respeita as normas e, assim, contribui para a segurança da instalação, dos bens e das pessoas, existem instrumentos apropriados, chamados megómetros, podendo, em casos de menor responsabilidade, usar-se também um circuito construído com esse intuito, com base em baterias, voltímetros e amperímetros:

Da lei de ohm, sabemos que U = Rt x I  Rt=U/I

Como sabemos U e I (medidos), tiramos o valor de Rt e vemos se está abaixo do valor regulamentar, que é de 25 ohm.

Esquema geral do circuito de Terra de Protecção:

Janeiro 27, 2011   2 Comentários

Pára-Raios prediais e ligação à terra de protecção (parte 3/4)

[… continuação]

Medições, Verificações e Manutenção

É aqui que muitos dos sistemas, mesmos os mais sofisticados, falham. É normal os sistemas serem feitos cumprindo todas as normas.
O problema é que estes sistemas, devido à sua natureza dinâmica e dos solos, para além do rigor que exige aos seus parâmetros, exigem uma manutenção sistemática, que normalmente não é feita.
Tenha pois muito cuidado, pois um sistema de protecção em más condições pode ser pior que não ter sistema, devido à confiança enganadora que transporta consigo.
Deve então proceder do seguinte modo:
– Verificar o bom estado de conservação, de fixação e de funcionamento dos captores, das descidas, dos elementos de ligação, etc., com confirmação, por medição da respectiva continuidade eléctrica;
– Verificar o bom estado de funcionamento dos disruptores e dos descarregadores de sobretensão existentes no pára-raios;
– Verificar o valor da resistência de contacto do eléctrodo de terra, o qual não deve ser superior em mais de 50% ao valor obtido aquando da primeira inspecção, nunca devendo exceder 10 Ω.

Classificação dos Edifícios e Estruturas para determinação da necessidade ou não do Sistema de Protecção contra Descargas Atmosféricas (SPAD)

Como é fácil constatar por todos, nem todos os edifícios possuem SPAD. Tal verifica-se por que nem todos eles, por lei, são obrigados a tê-la, o que não constitui qualquer perigo, pois a sua colocação não iria melhorar essa mesma segurança.
Nesse sentido a Direcção Geral de Geologia e Energia, estabeleceu as normas que determinam quais os edifícios que têm obrigatoriamente de possuir o SPAD e aqueles em que tal não se revela necessário.
É isso que vemos resumido nos quadros seguintes, auto-elucidativos:

[continua…]

Dezembro 27, 2010   Não há comentários

Pára-Raios e ligação de terra de protecção (parte 2/4)

[…continuação]

Depois de, na primeira parte deste artigo, termos feito, essencialmente, o enquadramento histórico do pára-raios, desde as célebres experiências de Benjamin Franklin com o papagaio até à sua invenção, nesta segunda parte debruçar-nos-emos mais em detalhe sobre os pormenores técnicos da constituição e montagem de pára-raios na actualidade.

Antes vejamos duas animações reveladoras do que pode acontecer a uma estrutura edificada sem protecção contra descargas atmosféricas e, depois, o caso em que essa protecção existe.

Se não conseguir ver as animações, clique na imagem para as ver.

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Novembro 26, 2010   Não há comentários