Virginia Astley – “All Shall Be Well”

Pop Rock >> Quarta-Feira, 22.07.1992


VIRGINIA ASTLEY
All Shall Be Well
CD Happy Valley, import. Contraverso



“From Gardens Where We Feel Secure” era um álbum diferente. Uma lufada de ar fresco. Uma brisa do bosque. Fazia sentido, na maneira como contrariava as tendências musicais da época. “All Shall Be Well” é uma borrifadela de “Brise”. O disco anterior, “Hope in a Darkened Heart” ainda se salvava muito por “culpa” dos arranjos de Ryuichi Sakamoto. Este, apesar de ser gravado para uma editora japonesa, não tem quem o salve. Virginia Astley optou em definitivo pela voz e pose de criança, do tipo que faz beicinho e para quem o mundo está sempre em véspera de Natal. É tudo muito fininho, muito frágil, muito melodioso, numa colecção de canções boas para adormecer os netos. Comparados com este, os discos de Jon Anderson e Vangelis são violentos exercícios de “heavy metal”. As canções são idênticas entre si e, em todas eleas, Virginia Astley insiste na mesma imagem de inocência, acompanhada de sininhos e de um quarteto de cordas. Não se trata sequer de criticar a ideia, mas o modo, falho de força e inspiração, como a cantora a desenvolve, ou melhor, não a desenvolve. Mas há sempre quem prefira fechar os olhos e abrigar-se na ilusão do canto da sereiazinha. O próximo disco já deverá ser uma produção Walt Disney. (5)

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