Maria Kalaniemi – “Iho”

POP ROCK

15 Janeiro 1997
world

Maria Kalaniemi
Iho
OLARIN MUSIIKKI OY, DISTRI. MC-MUNDO DA CANÇÃO


mk

Com a chancela da Academia Sibelius, “Iho” sucede a “Maria Kalaniemi” na discografia desta acordeonista, uma das mais reputadas executantes deste instrumento da atualidade. Álbum heterogéneo de referências e cruzamentos de estilo, conta com o apoio de uma superbanda de músicos finlandeses, entre os quais uma das eminências pardas da “finnish folk”, o violinista Arto Järvellä, dos Tallari, e Matti Mäkelä, dos JPP e Troka. A música, composta pela acordeonista ou por Timo Alakotila, também dos Troka (e igualmente presente no álbum das irmãs Kaasinen), não é fundamentalista, não se destinando ao gozo exclusivo de meia dúzia de iniciados. Tem, pelo contrário, um apelo universalista, apostando em simultâneo nos parentescos com a referência céltica e numa riqueza harmónica só possível em executantes de alto nível. Exemplo desta capacidade de tocar nos arquétipos do que poderíamos designar por “folclore universal” é um tema como “Green score”, onde o acordeão de Kalaniemi percorre diversas escalas e modos por uma vereda algures entre o “jazz” e um “folk rock” aveludado. Uma secção de metais usada com subtileza e um tango de Carlos Gardel contribuem para conferir a “Iho” a tal variedade de registos que torna a sua audição numa sucessão de pequenas e grandes surpresas. No título-tema, os metais juntam-se a uma guitarra elétrica aquática no que poderia ser a versão escandinava de uns Brass Monkey ou Home Service. “Trolipolska” possui o mesmo balanço sincopado de um “horo” dos Balcãs. Tudo somado, significa que Maria Kalaniemi, um dos poucos músicos naturais da Escandinávia ativos na cena folk europeia, soube aproveitar deste convívio o melhor que este tem para oferecer: o diálogo de culturas e de estilos, traduzido na afirmação daquilo a que já, por várias vezes, chamámos, “nova tradição”. (8)



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