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Quarteto de Christy Doran – “Jimi Hendrix recordado – De Novo A Revolução” (homenagem | concerto)

pop rock >> quarta-feira >> 26.05.1993


Jimi Hendrix recordado
DE NOVO A REVOLUÇÃO


Jimi Hendrix e a sua música continuam a ser objecto inesgotável de inspiração. A “nova música” presta-lhe homenagem, através do quarteto de Christy Doran, em concerto que se prevê fértil em surpresas.
Estreado a 23 de Abril último na Suiça, o espectáculo “Hendrix Tribute” chega a Portugal para nos relembrar a importância que continua a ter a estética revolucionária do guitarrista negro que chocou a América na década de 60. Outro guitarrista, o irlandês Chrusty Doran, traduziu e recuperou as experiências do mestre para o contexto do seu próprio trabalho experimental, num projecto que conta ainda com a colaboração e presença em palco de Phil Minton, voz e trompete, Amin Ali, baixo, e Freddy Studer, bateria.
Christy Doran, devem conhecê-lo alguns melómanos do álbum que gravou para a ECM com outro dos músicos que vai estar presente em Portugal, Freddy Studer, além de Stephen Wittwer: “Red Twist and Tuned Arrow”. Outros, mais embrenhados na floresta das novas músicas europeias, já terão travado conhecimento com ele nas obras que editou na editora austríaca Hat Hut: a solo em “What a Band” – onde explora uma panóplia de efeitos como o “digital delay”, os “loops” e sobreposições múltiplas, numa aproximação tecnológica ao universo de Hendrix -, com Ray Anderson, Martin Ehrilch e Urs Leimgruber em “Phoenix”.
Membro fundador, nos anos 70, da banda de jazz de fusão OM, Christy Doran tem vindo a explorar novas linguagens para a guitarra eléctrica, complementares das de Fred Frith, Sonny Sharrock, Henry Kaiser, James Blood Ulmer ou Arto Lindsay, entre outros.
Freddy Studer, baterista suíço que já havia trabalhado com Doran no grupo OM, além de no citado álbum da ECM, é outro explorador nato cujo estilo abarca áreas tão díspares como o rock psicadélico, o jazz rock, os rhythm ‘n’ blues, o be-bop, o free jazz e as músicas étnicas. Fezx parte dos Hand in Hand, ao lado de Pierre Favre, Paul Motian e Nana Vasconcelos. Entre os vários músicos com quem tocou, contam-se John Zorn, Chick Corea, Joe Henderson, Dave Holland, Billy Cobham, Evan Parker, Arte Lande, Andrew Cyrille, Kenny Wheeler, Albert Mangelsdorff, Joachim Kühn, Enrico Rava e John Abercrombie. Partilha presentemente o projecto Drum Orchestra com Pierre Favre.
Embora pouco conhecido entre nós, Phil Minton já actuou em Portugal num importante ciclo de música improvisada inglesa realizado há alguns anos no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian (onde também estiveram presentes – quem se lembra? – Steve Beresford, Lol Coxhil, Max Eastley, British Summertime Ends…). Tocou e cantou na grande banda de Mike Westbrook, com Julie Tippetts e Maggie Nichols nos Voice e, mais recentemente, com Lindsay Cooper, nos Oh Moscow.
Phil Minton merecem que o ouçam e, alguns, porventura se escandalizem, em álbuns que fazem do “mainstream” pouco mais que lixo: “Welfare State” (com Lol Coxhill), “A Doughnut in both Hands” (solo), álbum homónimo com Fred Frith e Bob Ostertag, “Land of Stone” (com os Talisker de Ken Hyder(, “Full House” (com David Moss), “AMMO” (com Roger Turner, que actuou a seu lado em Portugal), “Ways” (com Veryan Weston), “Rags” (com Lindsay Cooper), bem como dois outros projectos de fôlego: “Songs from a Prison Diary”, para 22 vozes, e “Spirits Rejoice”, pela Dedication Orchestra.
Em não menos prestigiosas companhias tem andado o baixista norte-americano Amin Ali: George Adams, David Murray, Ronald Shannon Jackson e James Blood Ulmer, este um dos guitarristas que melhor conseguiu personificar a estética de ruptura herdada de Jimi Hendrix.
“Hey Joe”, “Foxy Lady” e “Electric Ladyland” são alguns dos temas de Hendrix que o quarteto vai interpretar e que o seu autor decerto aprovaria.
AULA MAGNA DA REITORIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA,
27 DE MAIO, 22H00

Vários – “Festival WOMAD Anima Cidade de Cáceres – A Arquitectura Dos Sons Do Mundo” (festival)

pop rock >> quarta-feira >> 12.05.1993


Festival WOMAD Anima Cidade De Cáceres
A ARQUITECTURA DOS SONS DO MUNDO


Durante três dias, a cidade espanhola de Cáceres transformou-se na aldeia global de que falava McLuhan. A “world music”, com todo o seu cortejo de exotismos, invadiu a zona antiga da cidade. Sons, pessoas e arquitectura uniram-se num mosaico pintado de todas as cores. Em Lisboa, como será?



Lisboa vai receber, já no final de Agosto ou princípio de Setembro, o Festival WOMAD, especializado nas áreas de “world music” e considerado um dos mais prestigiados do género. Falta escolher o local exacto e a duração. Para Juan Arzubialde, organizador da edição espanhola, este ano de novo levada a cabo na cidade de Cáceres, “tudo depende do género de apoios que houver da parte da Câmara Municipal. Tanto poderá ser num local público como num estádio”. Sobre os artistas que estarão presentes em Lisboa, Juan Arzubialde não adianta por enquanto quaisquer nomes. De certeza apenas está garantida a presença de Peter Gabriel, o ex-Genesis que em 1982 contribuiu para lançar o conceito WOMAD – World Music, Arts and Dance. Os outros poderão ser alguns dos presentes em Cáceres, ou não. Quanto a Peter Gabriel, o reportório que apresentará em Portugal está igualmente dependente do local: “No caso de ser um recinto fechado”, diz Juan Arzubialde, “o espectáculo será idêntico ao que o artista tem apresentado na sua digressão actual pela Europa. Caso se trate de um recinto aberto, haverá um tipo de produção diferente, com um naipe de canções de álbuns antigos de Gabriel, como “Sledgehammer”, “Games Without Frontiers” ou “Biko”, a par de temas do mais recente, “Us”. Sem querer adiantar outros nomes à lista de músicos participantes, ficou contudo a promessa de que esta será escolhida “em função das preferências do público português”. Resta saber como serão avaliadas estas preferências, mas, levando em conta a ligação da WOMAD à Real World, não é difícil prever que o catálogo desta editora venha a contribuir com a maior parte dos artistas. O ideal seria mesmo que Lisboa soubesse acolher o festival num local de acordo com as suas tradições. Como aconteceu em Cáceres, escolhida, segundo o promotor espanhol, por ter “uma parte antiga maravilhosa que constitui um cenário natural adequado para o tipo de situação que se pretende criar com o WOMAD – um local histórico que mantém intactas as suas características, onde as pessoas podem circular”.



Cáceres é um encanto. Pequena cidade da região espanhola da Estremadura, situada a pouco mais de cem quilómetros da fronteira com Portugal, a leste do Alto Alentejo, Cáceres voltou a ser, à semelhança do ano transacto, palco de uma das extensões do festival WOMAD (World of Music, Arts and Dance), espécie de catálogo actualizado das várias “músicas do mundo” em exposição pelos países da Europa.
O Festival decorreu entre sexta-feira e domingo, na zona antiga da cidade, entre igrejas e outras construções de traça medieval reconstruída, considerados património mundial. Dois palcos foram montados em zonas desniveladas, um na Plaza San Jorge, escavada entre a pedra histórica, tendo uma das igrejas como pano de fundo, o outro num patamar acima, na Plaza Veletas, em descampado aberto para as colinas verdes da Estremadura.
O programa, como é costume, privilegiou os artistas ligados à editora Real World, o que não admira pois Peter Gabriel, “patrão” deste selo, foi o principal mentor e impulsionador do projecto WOMAD, nas suas primeiras edições.
Depois do espectáculo de sexta-feira realizado no estádio da cidade, o único com entrada paga de todo o festival, que contou com o próprio Peter Gabriel, Oyster Band, Grupo Yanko e Kiko Veneno, Sábado arrancou para uma série de músicas de sabores e proveniências diversas. O labirinto de ruelas, arcos, escadarias e praças medievais de Cáceres encheu-se de uma multidão colorida que constantemente girava entre os dois palcos ou, quando a música não era da sua predilecção, se embrenhava na exploração dos recantos e pormenortes arquitectónicos do espaço circundante.

Homilia Em Rhythm ‘N’ Blues

Acedia-se aos recintos musicais através de outras duas praças onde se albergava a fauna humana mais exótica que se possa imaginar. Turistas de máquina fotográfica à tiracolo chocavam com hippies envergando vestes estrambólicas; peles tatuadas cruzavam-se com “tailleurs” de fim-de-semana, mini-saias praticamente inexustentes contrastavam com túnicas que rojavam pelo chão. O som de congas em convívio harmónico com o choro de bébés e risos suspensos entre os paredões e muralhas do local. Dos lados, o comércio obrigatório e habitual nestes acontecimentos: uma tenda de comida japonesa confeccionada na ocasião confortava os estômagos no intervalo das músicas, “recuerdos” exóticos chamavam a atenção em barracas cobertas de artefactos bizarros, panos e fumos de todas as cores e fragrâncias. Uma delas, de arte australiana, exibia t-shirts estampadas com motivos tribais. Quem quisesse podia até adquirir um didjeridu, instrumento musical típico dos aborígenes que alguém exemplificava no local, em concerto improvisado. E as inevitáveis bancas de discos, bem fornecidas de doscos “Real World”, claro, entre outras miscelâneas de “world music” escolhidas mais ou menos ao acaso.
O ambiente geral recordava os bons anos 60, muito “cool” e “loose”, diriam os ingleses, e evocava as imagens de uma feira da Idade Média, onde nem sequer faltavam os habituais comedores de fogo, malabaristas e uma comunidade hippie, carregada de crianças e de cães, tocando congas e fazendo habilidades a troco de algumas moedas. A barafunda de pessoas e culturas atingiu o auge quando, no meio deste cenário de filme fantástico, surgiu um cortejo de casamento burguês a caminho da igreja criando uma mistura inaudita de “kitsch” burguês e folclore planetário. A confusão atingiu o ponto máximo quando numa outra igreja, de portas escanacaradas, situada em frente da Plaza Veletas, era possível assistir a uma missa em que as palavars da homilia sacerdotal se casavam com os rhythm ‘n’ blues dos Holmes Brothers que, na ocasião, tocavam a poucos metros de distância. Nunca o termo “world music” atingira antes um significado tão lato…

Aldeia Global

Os nomes em cartaz foram tocando pela tarde e noite dentro fazendo tábua rasa do alinhamento previamente estabelecido, o que obrigava a que toda a gente andasse numa roda viva, escadarias acima, escadarias abaixo, em busca de música, fosse ela qual fosse. Voltas trocadas, mas ninguém se importou. A arquitectura do local tudo dominava, tornando a música numa espécie de bónus, um fundo sonoro que harmonizava as gentes e o espaço, o calor que se fez sentir ao longo de todo o fim de semana com as cervejas, os sumos, o incenso e a “ambiente music” criada pelas vozes da multidão. A “aldeia global” reunida em torno de um conceito que com o correr do tempo ganha cada vez mais sentido: de miscigenação de culturas, de encontro e diálogo entre vozes plurais.
Os sul americanos Yanko puseram toda a gente a dançar, cumprindo o ritual da “siesta” que “nuestros hermanos” não dispensam. Mas a primeira grande celebração de Sábado aconteceu com a prestação dos malianos Bajourou. Duas guitarras, magistralmente dedilhadas apoiaram as deambulações do vocalista que não resistiu à euforia e se perdeu, cantando e dançando, no meio da audiência.

Depois, foi subir as escadarias de pedra que levavam ao palco superior para nos enfardarmos com a pop enfadonha dos Los Coquillos, originário das Canárias. Convém explicar que a sequência dos artistas, desprezando o programa inicialmente traçado, decorreu de modo a alternar as actuações num e noutro palco, o que obrigava as pessoas a circular, se quisessem assistior a todas elas, mal um grupo acabava de tocar na plaza San Jorge e logo o seguinte iniciava a sua prestação na plaza Veletas. Circular é viver.
Momento alto do festival aconteceu com o espectáculo do grupo vocal feminino Donnisulana. Cinco mulheres vestidas de negro trouxeram consigo o canto e a elevação “a capella” da Córsega, em registo de religiosidade que contrastou com a celebração festiva dos africanos. Africanos que no interior da Igreja/local de exposições, no “garden workshop space”, por iniciativa dos músicos dos Kanyinda Mujala, colocaram os instrumentos de percussão nas mãos da assistência para uma desbunda rítmica colectiva. Os indiferentes ao batuque tinham à sua disposição uma exposição de arte artesanal e de fotografia alusivas à temática do festival, que se pretendeu contra a xenofobia e o racismo.
Pouco dada a exotismos, a música dos Holmes Brothers invadiu o fim de tarde de Cáceres os “Rhythm ‘n’ Blues” tocados à boa maneira antiga, servida pela guitarra incandescente de Wendell Holmes. Em baixo, na plaza San Jorge, os russos Terem Quartet proporcionaram uma das melhores “performances” do festival, tocando o que se poderá definir como “rock ‘n’ roll” cossaco, em pura aceleração das balalaicas (uma delas gigantesca, desempenhando as funções de contrabaixo) e do acordeão. A noite desceu ao som do “celtic rock” dos Oyster Band que, à medida que se vão tornando mais conhecidos e comercialmente viáveis, vão perdendo algumas das características que faziam o seu apelo inicial: a espontaneidade, as conotações etílicas, o imprevisto. Hoje a banda britância está cada vez mais profissionalizada, vivendo das acrobacias do violinista e das sugestões “pub” do acordeão, sobre uma batida quadrada digan de “disco sound” mais primário. Ninguém pareceu importar-se muito e a actuação dos Oyster Band saldou-se por uma das mais bem recebidas pelo público de Cáceres.
Domingo, em início de tarde estival, viveu em exclusivo das proezas vocais do Grupo Sampling, seis cubanos acrobatas das vozes “a capella”, que utilizam para imitar o som de diversos instrumentos musicais. Um dos elementos executou mesmo, para gáudio dos presentes, um solo da bateria, reproduzindo na perfeição os timbres e o “ataque” dos vários tambores e pratos, enquanto simulava com as mãos e com os braços os gestos respectivos de um verdadeiro baterista.
Depois, e ao contrário do previsto, foi arrumar as malas e zarpar para outras bandas. S. E. Rogie, o “blues man” da Serra Leoa, transferiu a sua actuação para Badajoz. O concerto de música “new age” de Roger Eno com Kate St. – John, por seu lado, realizou-se em Mérida. Correntes alternas de música – cujo programa contou ainda com as presenças do indiano Shankar, Mustapha Tetty Addy, do Ghana, e o rei do acordeão “tex mex”, Flaco Jimenez – que durante três dias transformaram uma pequena cidade de Espanha na capital da “world music”. Lisboa vai ter em breve oportunidade de ver e ouvir como é.

Canned Heat – “The Big Heat”

pop rock >> quarta-feira, 17.02.1993
REEDIÇÕES


BOOGIE MEN

CANNED HEAT
The Big Heat
3xCD Emi, distri, Emi-VC



Os Canned Heat são uma lição de história, agora disponível nos seus capítulos fundamentais. Muita gente conhece-os de alguns “boogies” irresistíveis para ajudarem a fazer a transição da década “hippie” para a seguinte. “On the road again”, “Let´s work together” e “Going up the country”, imortalizado na banda sonora do festival de Woodstock.
Os Canned Heat foram os reis do “boogie”, do “rhythm ‘n’ blues” e dos “blues” de pigmentação branca, ao lado dos Bluesbreakers de John Mayall, que aqui tem participações pontuais. Ao longo de quase quatro horas e 54 canções selecionadas por ordem cronológica dos sete álbuns de originais gravados pela banda, o “swing” omnipresente e o típico “falsetto” de Al Wilson fazem cócegas na cabeça e nos pés. O som nem sempre é o melhor, mas a música compensa. Directa, honesta, vivida e sedimentada na estrada. Sem truques nem golpes baixos.
Adolpho “Fito” de la Parra, Larry Taylor (tocou com Jerry Lee Lewis), Al Wilson, Harvey Mandel, Henry Vestine (integrou uma das formações dos Mothers of Invention) e Bob Hite (também conhecido por “o urso”) – núcleo essencial dos Canned Heat – deixaram para a posteridade autênticos compêndios da arte de como ser branco e sentir os “blues”: o duplo “Living the Blues”, de 1969, que inclui uma maratona de 40 minutos de “boogie” ao vivo (“Refried boogie”), “Hallelujah” (1969), “Future Blues” (1970) e “Hooker ‘n’ Heat” (1971), este de parceria com um dos heróis da banda, John Lee Hooker, “bluesman” de eleição. Um entre vários mestres que os Canned Heat não se esqueceram de homenagear: Tommy Johnson (autor de “Canned heat blues”, título aproveitado para o nome do grupo, que designa o efeito de uma droga artesanal, o “sterno”, cuja inalação prolongada podia provocar a morte), Sonny Boy Williamson, James Burke Oden, Eddie Jones, Charlie Patton, Henry Thomas e James Rogers.
Hoje, os Canned Heat já não são os mesmos que eram nos anos de antanho. Dois dos seus principais membros, cuja combinação de vozes conferia à música um cunho pessoalíssimo, abandonaram pelo mesmo motivo: morreram. Al Wilson em 1970, de “overdose”, para uns, ou suicídio, para outros. Bob Hite, onze anos mais tarde, vitimado por um ataque cardíaco (era lendária a sua figura de gordo bonacheirão e bebedor inveterado de cerveja, daí a alcunha por que era conhecido, “The Bear”, “O Urso”, embora “The Beer” também não lhe tivesse ficado mal). Se em “Historical Figures and Ancient Heads”, “New Age” e “One More River to Cross” a magia ainda funciona, após o desaparecimento de “O Urso” (deixou uma colecção de 60 mil discos de “blues” que contribuiu para elaborar a série “Legendary Masters”, editada pela United Artists) ficariam apenas um nome e um naipe de músicos novos que não perderam o gosto pela poeira da estrada.
Atente-se, em “The Big Heat”, na capacidade de recriação da simplicidade rítmico-melódica do “boogie”, no mergulho em profundidade nos “blues” do terceiro disco, na concisão vocal e instrumentação, na harmónica visceral de Al Wilson, nos 20 minutos de “Parthenogenesis”, onde participa o guitarrista convidado John Fahey, que mostram os Canned Heat a dar a volta à “música progressiva”. Como passatempo, tente-se descobrir as faixas em que aparece o piano de Dr. John. Finalmente, perca-se o tino e faça-se como Bob Hite pediu no final de um concerto: “Don’t Forget to boogie!” (8)