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Curso de Domótica – Parte 4 – (+ Questionário referente às 4 primeiras partes)

Curso Profissional de Electrónica, Automação e Comando
Disciplina: Automação e Comando
Módulo: Domótica

5.3. Função de Comunicação
As capacidades de telecomando e de programação, aliam-se às potencialidades técnicas da interactividade. A interactividade designa, por um lado, uma característica da comunicação que é uma mesma condição da domótica: “trata-se de promover sistemas, que pela padronização, podem comunicar entre si por intermédio de redes auxiliares”, e por outro lado, indica que o espaço do ambiente não será somente interactivo, mas também “convivencial”.

5.3.1. Difusão sonora / Intercomunicação
Os sistemas de difusão sonora mais vulgares são constituídos por uma rede de comunicação onde transmitem digitalmente os dados: música, voz, sinais, etc.
A evolução tecnológica do analógico para o digital permitiu a inclusão de um grande número de funcionalidades, como por exemplo:
• Intercomunicação;
• Vigilância de bebés;
• Estabelecimento de chamadas telefónicas dentro do sistema e para fora do sistema;
• Vídeo porteiro, etc.
Em cada zona o utilizador pode escolher a fonte sonora central que pretende escutar, ou optar por introduzir uma fonte sonora local. Pode também escolher o volume sonoro, afinar os graves e os agudos, programar a hora de despertar, o período de adormecer, etc.
Embora normalmente os resultados obtidos sejam satisfatórios, há que ter especial cuidado na escolha dos altifalantes cuja má qualidade pode implicar resultados finais muito pobres.
A integração destes sistemas, nos sistemas de domótica permite a difusão automática de avisos de alarme, sob a forma de mensagem de voz.

5.3.2. Comandos locais
A interface mais tradicional num edifício é o comando local, resumindo-se quase sempre a teclas de uma ou duas funções básicas: ligar e desligar. Nos sistemas de domótica, as interfaces são tipicamente mais evoluídas, constituídas por teclas de elevado design e segurança, incluindo termóstatos digitais, sensores de infravermelhos, displays digitais, etc. Outro tipo de interfaces são os painéis tácteis, cada vez mais comum a cores, com apresentação gráfica dos estados dos circuitos (ligado, desligado, aberto, fechado, etc.), e com a evolução das diversas variáveis analógicas como, por exemplo, nível de gasóleo na caldeira, temperatura interior e exterior, cloro na água da piscina, etc.
Estes painéis comportam-se como autênticos interfaces Web e multimédia, possibilitando a visualização de imagens vídeo das câmaras de vigilância, de um leitor de DVD, a leitura de ficheiros de música, o acesso à internet e à gestão do correio electrónico.

5.3.3. Comandos à distância (no local)
A utilização de comandos à distância é tão natural que a sua presença rapidamente se tornou indispensável para tarefas simples como mudar de canal na TV, saltar de música no Hi-Fi, ou filme no leitor de DVD. Outras tarefas seguem-se como o controlo de estores, cortinas ou toldos, o controlo de iluminação ou do sistema de climatização.
A nova geração de aparelhos para comandos à distância vem dotada de capacidade de no mesmo terminal serem programadas todas as funções dos restantes comandos, estabelecendo cenários predefinidos que integram simultaneamente funções multimédia, de conforto e segurança.

5.3.4. Comandos remotos (fora do local)
A necessidade de utilização de comandos remotos está a tornar-se cada vez mais vulgar, permitindo aos utilizadores dar ordens de actuação de circuitos como ligar iluminação, actuar sistemas de rega, ligar/desligar sistemas de aquecimento ou de ar condicionado, ligar o micro-ondas, entre outros.
O controlo remoto de uma casa pode hoje em dia ser efectuado via telemóvel, internet, etc.
A casa por sua vez pode comunicar com os seus utilizadores em situações críticas como o são a actuação de alarmes (intrusão, incêndio, inundação, etc.) ou o disparo de disjuntores de circuitos importantes como o frigorífico, arca frigorífica, etc. enviando dados completos do ocorrido. Em certas circunstâncias, o sistema pode enviar fotos digitais do local da ocorrência, anexadas a mensagens de e-mail geradas automaticamente.

5.3.5. Rede Informática
Quer para a utilização da supervisão quer para o acesso à internet é imprescindível hoje em dia pensar-se na ligação de mais do que um computador em nossa casa, mediante a criação de uma rede de dados, permitindo desta forma que diferentes computadores partilhem ficheiros e aplicações entre si, mas também que tenham acesso à internet de forma partilhada, pagando assim apenas uma ligação e não várias. Existem duas formas essenciais de ligar os computadores em rede numa casa:
• criando uma rede com fios designada Cablagem Estruturada;
• ou uma Rede sem Fios (WLAN ou Wireless Local Area Network).

5.3.6. Rede sem Fios
Uma rede sem fios (também designada por WLAN ou Wireless Local Area Network) é um meio flexível de comunicação de dados implementado como alternativa (ou, por vezes como uma extensão) a uma rede cablada LAN dentro de uma casa ou de um qualquer edifício.
As redes sem fios transmitem os dados sobre o ar, utilizando ondas electromagnéticas, minimizando desta forma a necessidade de ligações físicas por cabo.
A vantagem principal de uma rede sem fios está no facto de garantir a conectividade de dados, com a mobilidade dos utilizadores (por exemplo, aceder à internet com um computador portátil sentado num banco de jardim, enviar um e-mail com um PDA enquanto apanha sol junto à piscina, verificar o estado de um alarme ou acender luzes no interior da casa calmamente no seu jardim) e, através de configurações simplificadas permitem a criação de LAN móveis. Desta forma permite-se o acesso à rede em tempo real em qualquer lugar dentro da sua casa ou no espaço exterior circundante à mesma.
As redes wireless oferecem grandes vantagens de produtividade, serviço, conveniência e custo, relativamente às soluções de cablagem estruturada. A instalação de uma rede sem fios pode ser muito rápida e fácil pelo facto de se evitar a necessidade de passar cabos por paredes e tectos e, desta forma, não ser necessário pensar neste ponto durante a construção de uma casa. Tem a vantagem adicional de chegar onde os cabos não chegam (jardim, piscina, etc.).
As redes sem fios têm um investimento em equipamento de rede wireless superior ao de uma rede cablada. Contudo, o custo global da instalação e as despesas do tempo de vida da rede podem ser significativamente mais baixos, trazendo assim grandes benefícios de longo prazo em ambientes dinâmicos e com grande mobilidade.
Estas redes sem fios podem ser construídas de forma escalável, evoluindo de redes para poucos utilizadores (no caso de uma casa ou de uma pequena empresa) até redes com infra-estruturas complexas para centenas de utilizadores que cobrem áreas mais vastas (grandes edifícios de escritórios, condomínios fechados, espaços de lazer e multiusos, complexos turísticos junto à faixa costeira em que é mesmo possível o acesso à rede a partir de um barco ou iate em distância até aos 3 ou 4 Km do empreendimento).

5.3.7. Acesso à internet
Hoje em dia, com mais de 600 milhões de utilizadores da internet a nível mundial e em Portugal com 50% da população ligada, é perfeitamente vulgar termos em casa pelo menos um computador com acesso à internet.
Em alguns condomínios fechados e edifícios de apartamentos destinados ao segmento com maior poder de compra começam também já a existir casas com préinstalação de rede em cablagem estruturada com ligações em fibra óptica entre os principais edifícios e blocos de vivendas que, por sua vez, têm contratada uma ligação permanente à internet que faz já parte do condomínio.
No mercado, em empreendimentos habitacionais destinados ao segmento médio-alto (sobretudo em casas destinadas a executivos), começa a ser também vulgar a colocação em cada casa não apenas de um ponto de rede mas antes a distribuição em rede nas principais divisões (ex: escritório, salas, quartos, cozinha) todos ligados a um concentrador (HUB) de comunicações e por sua vez este estar ligado a um equipamento de comunicações (Router) que permita o acesso à internet (Router RDIS, de Cabo ou mesmo ADSL), permitindo desta forma que, simultaneamente, diferentes utilizadores (ou mais do que um computador) partilhem uma mesma ligação à internet e sem acréscimo de custos.
Futuramente estão previstos também outros tipos de ligação à internet como a ligação via televisão digital interactiva e a ligação via empresa fornecedora de energia eléctrica (EDP em Portugal), sendo a comunicação de dados efectuada sobre as normais linhas de energia eléctrica.

6. Principais Sistemas
Actualmente, existem disponíveis numerosas soluções comerciais. Podem ser utilizados sistemas inicialmente desenvolvidos nos Estados Unidos, como o X10, o CEBus (Consumer Electronics Bus), o SMART HOUSE e o LonWorks, ou sistemas inicialmente desenvolvidos na Europa, como o BatiBUS, o EIB (European Installation Bus) e o EHS (European Home Systems).
De todos ir-se-á abordar principalmente o X10 e o EIB visto serem estes objecto de interesse para o módulo de domótica.

7. Questionário

1. O que entende por domótica?
2. Imagine que pretende automatizar a sua casa. Indique os quatro sistemas domésticos que consideraria prioritários nessa automatização e as razões da sua escolha.
3. A gestão domótica actual é centralizada ou descentralizada? Quais as vantagens que levaram à sua adopção?
4. Indique os motivos pelos quais se deve prever, o projecto de instalação de sistemas domóticos, desde o início da construção, e não deixar essa tarefa para depois de construído o edifício?
5. Acredita que a utilização de sistemas domóticos sofrerá um grande acréscimo nos próximos tempos? Porquê?
6. Quais os elementos que fazem parte de todo e qualquer sistema domótico? Dê três exemplos de cada um deles.
7. Qual a função dos controladores num sistema domótico? Dê três exemplos de controladores práticos.
8. Os sinais dos sistemas domóticos podem circular por vários tipos de meios materiais. Dê três exemplos.
9. O que entende por actuadores? Dê um exemplo de um actuador e um exemplo concreto de uma acção perpetrada por esse actuador.
10. Qual a função dos sensores? Dê três exemplos de sensores.
11. Os sensores comunicam, obrigatoriamente, directamente com os actuadores? Explique.
12. Quais as funcionalidades gerias de um sistema domótico?
13. Descreva um exemplo de uma funcionalidade de um sistema domótico no que respeita a:
a. Iluminação
b. Aquecimento
c. Estores
d. Rega
e. Piscinas
f. Gestão de Energia
g. Segurança
h. Alarme
i. Intrusão
j. Fuga de Gás
k. Inundação
l. Incêndio
m. Vigilância
n. Gestão Técnica
o. Comunicação
14. O que entende por cenário? Descreva um exemplo.
15. Quais os tipos principais de sistemas que conhece? Refira os dois mais utilizados.
16. Quais os tipos de comando que pode utilizar para controlar um sistema domótico?
17. Pode a Internet ser utilizada para comandar um sistema domótico? Descreva como é feito esse tipo de comando e quais as vantagens inerentes ao mesmo.
18. Quais as vantagens de utilizar uma rede sem fios, em vez de lógica cablada, no comando de um sistema domótico?

Junho 22, 2012   Não há comentários

Curso de Domótica – Parte 3 –

Curso Profissional de Electrónica, Automação e Comando
Disciplina: Automação e Comando
Módulo: Domótica

5.2. Função de Controlo
A função de controlo dá ao utilizador, por um lado, informações sobre o estado de funcionamento dos equipamentos e das instalações que os integram, e por outro lado, cria um registo dos diversos parâmetros e eventualmente, fornecem comandos correctivos. Como tal, conta com controlos instantâneos e memorizados. Esta função tem como objectivo actuar sobre os dispositivos de regulação das instalações, com a finalidade de que as tarefas programadas sejam respeitadas. As funções de controlo, associadas com um algoritmo ou com uma unidade de tratamento da informação, conduzirão às funções de comando.

5.2.1. Segurança
A segurança constitui uma preocupação crescente, sendo cada vez maior o número de interessados na domótica que colocam o assunto “Segurança” no topo das suas prioridades. A evolução das sociedades actuais não deixa antever quaisquer melhorias neste aspecto, pelo que é natural haver ainda lugar para um aumento da importância deste assunto.
A domótica ao integrar as diversas tecnologias em torno de um único sistema permite elevar os padrões de segurança, utilizando todo o potencial das tecnologias instaladas segundo critérios de utilidade objectiva. Nestas páginas irá ser apresentado apenas as vantagens da domótica na gestão da segurança de um edifício, prescindindo de uma abordagem exaustiva das características e pormenores dos sistemas convencionais.

5.2.2. Alarme
As centrais de alarme apresentam hoje um nível tecnológico apreciável, oferecendo novas funcionalidades, como por exemplo:
• Activação/desactivação remota por telefone, rádio ou sensor de proximidade (portachaves
ou cartão de crédito);
• Sinalização local de ocorrência através de contactos de tensão;
• Comunicação com sistemas de domótica, como por exemplo, o EIB ou o X10.
Na escolha da central deve ter em conta o tipo de sistema: tradicional com cablagem, ou sem fios.
Perante a detecção de uma ocorrência, o sistema de domótica é informado pela central de segurança.
Por exemplo: Em caso de intrusão no espaço exterior, a central sinaliza a ocorrência que vai implicar uma actuação do sistema de domótica, que poderá limitar-se a enviar um aviso remoto e actuar a sirene, ou poderá também ligar os projectores exteriores (se for de noite), ligar o sistema de rega, fechar todos os estores, ligar a iluminação interior por forma a simular presença, emitir uma simulação sonora da chegada da polícia ou de um ataque canino ou, se os houver, soltar automaticamente os cães, etc.
Se a central tiver capacidade de comunicação através do protocolo do sistema de domótica, então a interacção é perfeita.
Todo o potencial de comunicação de e para o edifício como sejam o telemóvel, o PDA, o comando remoto por infra-vermelhos ou rádio, os interfaces locais, etc., são utilizáveis pela central de alarme através do sistema de domótica. Assim, em qualquer ponto do edifício ou do exterior, um utilizador pode saber qual o estado da central, activar/desactivar uma ou mais zonas, acrescentar um novo dispositivo de segurança, etc.
No mesmo exemplo, o utilizador do edifício ao ser informado da ocorrência de uma intrusão, pode remotamente verificar o que se passa através do sistema de vigilância de vídeo, e se entender acrescentar medidas de coacção, ou caso entenda tratar-se de um falso alarme, anular as medidas entretanto executadas.

5.2.3. Intrusão
A intrusão é a ocorrência mais perturbadora de todas. Todos tememos pela ideia de estranhos na nossa ausência, violarem a nossa privacidade, invadindo o nosso espaço, roubando e destruindo a nossa propriedade. Assim, a cada dia que passa vão-se multiplicando as preocupações às quais o mercado tenta responder com as mais variadas soluções.
Desde a utilização de estores de segurança, vidros à prova de bala e portas blindadas, à colocação de barreiras e detectores de intrusão, com ou sem medição volumétrica, detectores de quebra de vidros, detectores de abertura de janelas, portas, estores ou clarabóias, tudo serve para dificultar ao máximo a tarefa de quem um dia queira entrar em nossa casa sem permissão.
Para além da utilização das tradicionais sirenes, um sistema de domótica permite articular as funcionalidades da casa de forma a tentar evitar a intrusão, e se esta acontecer, de modo a minimizar os riscos para quem nela se encontra. Entre as funcionalidades mais comuns temos:
• Abertura e fecho automático e criterioso de portas e estores, facilitando a saída do intruso mas limitando a possibilidade de movimentação no interior;
• Simulação da presença por actuação concertada e aparentemente aleatória de iluminação e estores;
• Intimidação por iluminação automática das áreas invadidas e fecho automático de estores, e pela colocação nas televisões da imagem do intruso.
A simples recepção de pessoas desconhecidas em casa, por exemplo nas entregas ao domicílio, é um factor de perigo acrescido. A resposta encontra-se na construção de áreas privadas onde o acesso pode ser concedido remotamente. Trata-se de pequenas áreas com portas para o exterior e interior, onde a abertura das portas pode ser efectuada a partir do interior da casa, remotamente a partir de um telemóvel ou internet ou a partir do exterior com controlo de acesso.
Desta forma, quem pretender efectuar uma entrega vai limitar-se a entrar nesta área, não podendo em momento algum estabelecer contacto pessoal. A comunicação necessária faz-se pelo sistema de vídeo, onde todos os movimentos são registados. Esta comunicação pode ainda estabelecer-se da área privada para o interior da casa ou para um telemóvel.
Através do sistema de domótica do edifício, torna-se possível articular a gestão dos recursos com as restantes funcionalidades da casa como a autonomia de energia, combustível e água, a vigilância vídeo, a intercomunicação, etc., optimizando assim a eficácia da utilização do refúgio.

5.2.4. Fuga de gás
Com a distribuição generalizada de gás no território continental, a utilização desta forma de energia mais limpa e económica, acarretou novas preocupações relacionadas com a segurança, ainda agravadas pelo facto de o gás canalizado ser inócuo. São muitas as aplicações deste combustível a nível doméstico, verificando-se no aquecimento, na preparação de alimentos e até na secagem de roupa.
Se a qualidade do projecto e a qualidade do instalador são os factores de segurança mais relevantes, em caso de fuga é fundamental dispormos de meios de detecção com corte automático de abastecimento, e aviso local e remoto da ocorrência.
Por precaução, em caso de ausência prolongada dos habitantes, por exemplo um período de férias, o edifício deverá permitir o corte do abastecimento.
Antecipando o regresso, o abastecimento será automaticamente restabelecido para que o aquecimento central volte a aquecer o edifício, naturalmente no caso de o gás ser o combustível utilizado.

5.2.5. Nível e fuga de combustível líquido
Em alternativa ao gás, normalmente em edifícios com expectativa de consumos elevados de energia ou onde o gás canalizado não exista, é cada vez mais frequente a opção por combustíveis líquidos derivados do petróleo, como por exemplo, o gasóleo. O armazenamento destes combustíveis deve ser cuidadosamente estudado, nomeadamente o tipo de reservatório, o local de instalação, a necessidade de ventilação, a capacidade de detecção de fuga e o volume da bacia de retenção (nunca inferior ao volume do próprio depósito).
Em caso de fuga, a ocorrência deve ser imediatamente assinalada local e remotamente, em simultâneo com a colocação fora de serviço da caldeira.
Caso exista um sistema alternativo de aquecimento, o sistema de domótica irá accioná-lo evitando a diminuição dos níveis de conforto.
A monitorização do nível de combustível relacionado com a evolução do consumo de energia permite calcular a autonomia, e assinalar a necessidade de compra de mais combustível caso esta seja inferior ao limite estabelecido.
A informação de necessidade de compra pode ser simultânea com o envio por email, sms ou fax da nota de encomenda ao fornecedor habitual.
Quando este apresentar a factura, a quantidade do combustível facturado poderá ser confrontada com a quantidade efectivamente fornecida, calculada pelo sistema através da diferença de nível antes e após o enchimento.

5.2.6. Inundação
As inundações quando ocorrem, trazem normalmente associadas prejuízos elevados com reparações e reposições de pavimentos, tectos, máquinas, tapetes, etc.
Para além dos prejuízos económicos directos, temos de contabilizar também os prejuízos devidos ao tempo desperdiçado e devidos aos transtornos provocados pela impossibilidade de utilização do edifício.
A detecção de inundações, normalmente instaladas nas casas de banho, cozinhas, casa das máquinas das piscinas, etc., permite ao sistema efectuar o corte automático da água e emitir um aviso local e remoto da ocorrência. O abastecimento da água só é reposto quando a anomalia é identificada e resolvida, garantindo-se assim a máxima protecção.
As fugas de água com caudais extremamente reduzidos devem-se a fugas no autoclismo ou torneiras, ou a fugas na tubagem. Embora insignificantes do ponto de vista do valor da água, ao longo do tempo podem provocar prejuízos muito elevados em paredes, tectos ou louças sanitárias. A sua detecção é efectuada através da quantificação de água gasta durante os períodos em que não deva haver consumos, ou seja na ausência das pessoas e descontando a água gasta na rega e na reposição da água da piscina. Em caso de detecção de fuga, o sistema repete o procedimento da detecção de inundação, embora só deva cortar o abastecimento por opção do utilizador.

5.2.7. Incêndio
Qualquer sistema de segurança permite a detecção de incêndio, por detecção de fumo ou temperatura, e activa as sirenes em simultâneo com o envio de alarmes remotos.
Um sistema de domótica permite em caso de incêndio actuar sobre os equipamentos eléctricos, por exemplo, abrindo imediatamente os estores para facilitar a saída de fumos, e desligando todos os equipamentos imprescindíveis, devendo os restantes ter a sua alimentação eléctrica estabelecida por cabos com elevada resistência ao fogo. Permite ainda multiplicar as formas de envio dos alarmes remotos, através do recurso ao envio de e-mail, fax, mensagens sms, etc..

5.2.8. Vigilância

Ao ser instalado um sistema de vigilância no interior ou exterior de um edifício é necessário ter em conta diversos factores. Depois de clarificado o objectivo do sistema, há que optar pelo tipo de câmara, tipo de controlo, e tipo de registo.
A escolha do número e tipo de câmaras, bem como da respectiva montagem
deve ter em conta as seguintes questões:
• É necessário usar câmaras a preto e branco ou cor? Ou ambas?
• Quais as áreas a necessitar de cobertura?
• Qual o período de funcionamento das câmaras e qual a autonomia que pretendo?
• Quantas câmaras são necessárias?
• Quais os tipos de locais onde vão ser instaladas, interior, exterior, à intempérie, etc..
• É necessário usar câmaras “wireless”?
Relativamente aos registos, actualmente o registo digital é o mais utilizado, já que relativamente aos registos analógicos, são cada vez mais autónomos, mais eficazes e cada vez mais económicos.
Nos registos digitais, a configuração do sistema e a manipulação das imagens torna-se totalmente intuitiva, permitindo com toda a facilidade a execução de arquivos digitais em CD ou DVD.
Por outro lado, estes sistemas utilizam totalmente os recursos das novas tecnologias, permitindo a visualização remota das imagens, e a consulta remota dos registos através de um vulgar “browser”. Outra característica importante destes sistemas é a capacidade de enviar, via e-mail o registo de qualquer ocorrência, anexando para tal as respectivas imagens.
As ocorrências podem ser definidas através de entradas de sinais, por exemplo, sinal de intrusão a partir da central de alarme, ou podem ser definidas automaticamente a partir da detecção de movimento pela análise digital das imagens.

5.2.9. Gestão Técnica
A gestão técnica deve garantir a eficiente monitorização do estado de funcionamento e anomalias de todos os aparelhos de protecção eléctrica. Para isso, é necessário projectar e equipar os quadros eléctricos dos dispositivos necessários para que o sistema de domótica conheça o estado de funcionamento dos diversos aparelhos de protecção, e em caso de disparo, avaria ou intervenção técnica, possa actuar em conformidade com os procedimentos estabelecidos.
Podemos estabelecer três níveis diferentes de prioridades, divididas da seguinte forma:
• Nível 1: a ocorrência origina um alarme generalizado com mensagens para todos da lista – usado, por exemplo, nos aparelhos de protecção dos sistemas de segurança, aparelhos de protecção contra descargas atmosféricas, ou aparelhos de protecção dos circuitos dos frigoríficos e arcas congeladoras.
• Nível 2: a ocorrência origina um alarme parcial com mensagens apenas para parte da lista – usada, por exemplo, nos aparelhos de protecção de circuitos de iluminação não essenciais para a segurança.
• Nível 3: a ocorrência apenas origina um registo no sistema de supervisão, sem qualquer notificação de alarme – usado, por exemplo, em aparelhos de protecção a circuitos de iluminação decorativa.
A boa gestão técnica de uma instalação eléctrica é fundamental para assegurar o bom funcionamento eléctrico de todos os equipamentos instalados, e consequentemente das suas funcionalidades. Normalmente, a gestão técnica está integrada no resto do sistema, existindo um único software de supervisão e gestão de todo o edifício.

5.2.10. Software de supervisão
À imagem do que acontece em qualquer sistema de automação industrial, na automação de edifícios deve existir um software de supervisão que permite a alteração de parâmetros de conforto e segurança, consulta de eventos, análise de gráficos de tendência, etc.
Local e remotamente, o utilizador pode consultar os registos dos alarmes técnicos ou de segurança, visualizar as imagens captadas no edifício, ou visualizar a evolução das temperaturas no interior e exterior ou o teor de cloro residual na água potável ou na água da piscina, etc. Através desta ferramenta, ao utilizador é permitido adaptar o seu sistema de domótica às necessidades e rotinas diárias, em tarefas como:
• Simulação de presença
• Controlo de acessos
• Cenários de conforto
• Programas horários de climatização
• Horário diário/semanal de despertar
• Ciclos de rega
• Ciclos de tratamento da água da piscina, etc.
O aspecto de um software de supervisão deve ser amigável e intuitivo, não carecendo de formação específica para o manuseamento das suas funções principais.
Existem diversas interfaces possíveis:
• PC, fixo ou portátil;
• PC com display táctil;
• Consola táctil com comunicação com o sistema de domótica;
• PDA, computador de mão;
Com gestão de utilizadores e controlo de passwords, o software de supervisão é
uma ferramenta extremamente eficaz, optimizando a utilização racional dos recursos
tecnológicos dos edifícios.

Maio 21, 2012   Não há comentários

Curso de Domótica – Parte 1 –

Curso Profissional de Electrónica, Automação e Comando
Disciplina: Automação e Comando
Módulo: Domótica

Domótica

1. Introdução

A palavra domótica está associada àquilo que vulgarmente se chama de “casa inteligente”. Etimologicamente a origem da palavra vem da junção do grego “domus” (casa) e da actual “robótica” (controlo automatizado de algo).
Na prática isso traduz-se na “aplicação de meios informáticos e electrónicos de processamento e comando às instalações domésticas”.

Os sistemas domésticos que podem ser sujeitos à acção da domótica são quase todos: Sistemas de iluminação, sistemas de segurança contra situações de risco como incêndio, inundações, intrusão, gases tóxicos, etc., sistemas de vigilância vídeo com comunicação digital remota, sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, sistemas de rega automática, sistemas de comunicação de dados, voz e acesso à internet, e todos e quaisquer outros sistemas necessários ao normal funcionamento da casa.

A gestão domótica é descentralizada e todos os elementos do sistema podem comunicar uns com os outros através de um protocolo próprio, como veremos em detalhe.

Um conselho importante é que a instalação de produtos domóticos deve ser prevista logo desde a fase de projecto da casa e deve ser instalado um sistema que permita a fácil expansão futura.

2. Resenha Histórica

A domótica tornou-se possível graças ao grande desenvolvimento verificado na microelectrónica nos últimos 50 anos.
A construção de “casas inteligentes” já se faz há mais de 20 anos, mas apenas em bancos e grandes empresas. Nos últimos anos esta utilização estendeu-se a habitações de luxo e, no futuro, estender-se-á, aos poucos, a todos os novos edifícios, devido à massificação e consequente embaratecimento dos equipamentos domóticos, tal como aconteceu, nos últimos 25 anos com os computadores pessoais.

Também em Portugal o início deu-se há cerca de 25 anos, em bancos e grandes empresas, com sistemas centralizados e de difícil integração e expansão, o que levou à rápida obsolescência desses sistemas.
Hoje em dia segue-se as tendências do mercado mundial deste ramo e aplicam-se sistemas inovadores principalmente em condomínios de luxo.

3. Elementos que compõem um sistema domótico

4. Composição de um sistema domótico

4.1. Controladores
São os que provocam a acção sobre o sistema, quer de forma automática, por decisão tomada por uma central domótica previamente programada, que por PC, teclados, ecrãs tácteis, botões, comandos à distancia por infravermelhos IR, por radiofrequência RF, por telefone, SMS ou por PC de forma local ou por internet. Estes elementos emitem ordens que necessitam de um meio de transmissão.

4.2. Meio de transmissão
Em função da tecnologia aplicada existem diferentes meios, fibra óptica, BUS dedicado, Rede eléctrica, linha telefónica, TCP/IP ou por ar.

4.3. Actuadores
São os que recebem as ordens e as transformam em sinais de aviso, regulação ou comutação. Os actuadores exercem acções sobre os elementos da casa.

4.4. Sensores
São os que fazem a aquisição de dados e têm como principal função o entendimento do sistema. Estes dados podem ser ordens directas aos actuadores ou podem ir previamente a uma central domótica, que em função da programação que previamente lhe foi introduzida dará uma ordem final ao actuador correspondente. Exemplos de sensores são os detectores de fuga de agua de gás, fumo e ou fogo, concentração de monóxido de carbono, intrusão, etc.

Março 19, 2012   Não há comentários